O Auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo foi palco, nesta segunda-feira, de um seminário sobre o Aeroporto de Beja e as suas acessibilidades terrestres.

A iniciativa contou com a presença do presidente da CCDR do Alentejo, António Ceia da Silva, e do porta-voz da Plataforma Cidadã “SIM! O Aeroporto de Beja é parte da Solução”, Manuel Valadas, tendo como orador o investigador e professor da Universidade do Algarve, Manuel Margarido Tão, especialista em sistemas e economia de transportes.

Em nota de imprensa, os organizadores destacaram que esteve em debate “o Aeroporto de Beja como parte da solução complementar aos Aeroportos de Lisboa e Algarve”.

A par disso, segundo a mesma fonte, discutiram-se “as acessibilidades terrestres ao aeroporto, designadamente a estratégica Linha Ferroviária do Alentejo – Casa Branca-Beja-Ourique-Funcheira – e a sua importância para todo o Alentejo e para o sistema Ferroviário Nacional”.

Em declarações ao Grupo Diário do Sul, Manuel Valadas explicou que “esta iniciativa vem no seguimento da caminhada que estamos a fazer desde o passado mês de dezembro, quando tivemos conhecimento de que o senhor primeiro-ministro e o líder do PSD acordaram em criar uma comissão técnica independente, em outubro de 2022, para que em novembro deste ano fosse entregue um relatório por essa comissão técnica com a indicação de onde é que será o Aeroporto de Lisboa no futuro”.

Acrescentou que, “ao termos conhecimento disso, avançámos com a elaboração de um documento importantíssimo, porque no nosso grupo temos vários especialistas, que enviámos para essa comissão técnica independente a 30 de janeiro”.

O porta-voz da plataforma referiu ainda que “alertámos para a necessidade de que o Aeroporto de Beja funcionasse em dois grandes eixos”, indicando que, por um lado, “funcionasse como plataforma eurorregião, no sudoeste ibérico em colaboração com o Governo da Extremadura e com a parte da Andaluzia”.

Por outro lado, realçou que “o Aeroporto de Beja deverá funcionar como complemento ao Aeroporto de Faro e como complemento ao Aeroporto de Lisboa”.

A esse respeito, Manuel Valadas exemplificou que “o Aeroporto de Faro quando foi construído foi para 5,4 milhões de pessoas, já está a receber 9,6 milhões e dentro de três anos poderá ficar nas mesmas circunstâncias que existem hoje no Aeroporto da Portela, em Lisboa”.

Sustentou que, “como em princípio não se poderá construir uma pista na Ria Formosa, o Aeroporto de Beja pode ser um complemento de Faro”.

Para tal, o mesmo porta-voz defendeu que “precisamos de criar as acessibilidades da ferrovia, queremos que exista uma variante entre Beja e o Aeroporto de Beja e depois a modernização da linha Beja-Funcheira-Ourique, para permitir que os passageiros do futuro quando chegam ao Aeroporto de Beja possam estar no Algarve em cerca de 60 minutos”.

Nesse sentido, adiantou que “aproveitámos este seminário para sensibilizar as pessoas de que todos e todas somos poucos para ajudar esta causa, para que no futuro tenhamos a possibilidade dos nossos jovens não terem de abandonar a região, de terem aqui perspetivas de carreira profissional, com salários dignos, e de constituírem aqui família”.

Relativamente a esta sessão, António Ceia da Silva disse aos jornalistas que “a minha postura é a de que a CCDR deve estar aberta às várias instituições da sociedade civil, empresas e outras entidades que queiram promover iniciativas que visem o desenvolvimento do Alentejo”, reforçando, neste caso, o apoio “a tudo o que seja a favor de desenvolver o Aeroporto Internacional de Beja e as acessibilidades do território”.

Na opinião do presidente da CCDR do Alentejo, “a plataforma baseia-se em critérios muito académicos, com a participação de um conjunto de professores universitários que estudaram ao longo dos anos de forma minuciosa as ligações intraferroviárias e a ligação ao Aeroporto de Beja, pelo que me parece uma tese académica que merece ser estudada pelos políticos e chegar ao Governo”.

Ressalvou ainda que “o Aeroporto de Beja está construído e no futuro tem mais uma vantagem competitiva enorme em relação aos outros aeroportos que se prende com o facto de ter a melhor capacidade do ponto de vista solar para carregar os aviões”, reiterando que “os aviões só vão poder usar x litros de combustível e o Aeroporto de Beja vai ser muito utilizado para o carregamento dos aviões e até para poder ser uma plataforma de venda”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS

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