Autores da obra são António Godinho e José Godinho, artífices autodidatas alentejanos
Demorou quase cinco anos a sua execução, com interregnos pelo meio, mas eis que agora finalmente pronta é exibida com orgulho, a mais recente réplica da que é classificada como a primeira praça de touros de Portugal, a Praça de Touros Monumental do Campo Pequeno, situada em Lisboa.
Produzida pelas mãos de António Godinho e José Godinho, distintos artesãos alentejanos, que têm por hobby a conceção de peças artesanais e urbanísticas, à escala menor, que são réplicas fiéis aos originais; acontece que estes elementos mera-mente decorativos, como o agora apresentado, exibem sempre algumas particularidades que os tornam únicos; “são integralmente elabora-dos apenas com material reciclado – este em concreto, não fez a excepção – com entalhes e encaixes firmes, concedendo-lhes robus-tez e fielmente pintados, conforme os modelos à escala real”, dizem.
António Godinho e José Godinho dispensam apresentações, pois das suas características de artesãos autodidactas já fizemos nota, numa extensa reportagem, intitulada “Quando o Alentejo de outrora nasce da ponta de uma navalha“, publicada no diário do SUL n.º 14.326, de 4 de Agosto de 2022, (ou ler também em www.diariodosul.pt), em que aqui demos a conhecer a sua vasta colecção de artigos em miniatura e a arte e saber que ostentam os autores, para criar verdadeiras obras-primas.
Da ‘estória‘ de hoje e, desta peça agora finalizada, do idealizar à feitura da mesma, faz parte um velho guarda-fatos de família, cuja sua madeira serviu grosso modo para talhar o que viria a ser as formas precisas da estrutura da praça de touros; entre outros materiais aos quais se deu novo uso; mas, ainda há mais curiosidades a saber…
Para lá da exactidão e genuinidade, bem como do trabalho dedicado, à arte de esculpir muitas madeiras usadas, os autores e o seu instrumento predilecto de corte (a navalha de gume sempre recto e afiadíssimo) empregaram aqui (no projecto), milhares de horas dedicadas à minúcia da reprodução, tendo apenas como elemento de apoio fotografias da praça original, nos seus diferentes alçados.
Contabilizadas que foram perto de um milhar de peças, que esculpiram e uniram com rigor, esta ‘cópia’ fiel da Praça de Touros do Campo Pequeno apresenta as mesmas 500 janelas em forma de arcos de ferradura e respectivas ameias, bem como os torreões apontados para os quatro pontos cardeais, que têm no seu topo cúpulas em forma de bolbo. A miniatura tem por base, cerca de 1,15 m de diâmetro e mede 0,70 cm de altura; quanto ao peso desta relíquia os mentores da obra não sabem precisar, mas exclamam que “possui ainda iluminação interior, também ‘engendrada’ pelas mesmas mãos por quais passou o restante material usado para a construir; tudo reproduzido como na praça original”, edificada em Lisboa, precisamente na localização que lhe deu nome – o Campo Pequeno – em 1892.
Por serem aficionados das touradas, A. Godinho e J. Godinho, residentes em São Manços, avançam ainda que, “o intuito de reproduzir a ‘Monumental do Campo Pequeno’ vem de muito longe” e, só agora satisfazem o seu gosto, após ver terminada a tarefa a que se pro-puseram.
“De facto, não é a reprodução de uma praça qualquer é a nossa interpretação de um imóvel que é classificado como Propriedade de Interesse Público, mundialmente conhecido e, uma das principais praças tauromáquicas da Península Ibérica” concluíram os autores da peça.
Esta ‘obra’ ora apresentada, junta-se ao espólio de objectos já realizados por António e José Godinho, que permanece religiosamente acomodado na freguesia eborense de onde são naturais, para exibirem em próxima exposição pública a equacionar.
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