A atividade física, em particular dos mais velhos, foi o tema escolhido para o programa de abril da Rádio Telefonia do Alentejo feito em parceria com a Unidade de Saúde Pública (USP) do Alentejo Central.
A sessão contou com a participação da médica interna de Formação Específica em Saúde Pública, Patrícia Correia Rico, e da médica interna de Formação Geral, Isabel Santos Jorge.
Este programa teve a particularidade de ter iniciado com uma conversa entre as duas intervenientes, que destacaram o exemplo da atleta Rosa Mota, que “aos 65 anos tem batido diversos recordes em corridas, incluindo a meia-maratona”.
Nesse contexto, sublinharam que “nós, que não somos atletas olímpicos, também podemos alcançar os 70, 80, 90 ou 100 anos em boa forma”, lembrando que “o segredo é treino, consistência e paixão por aquilo que se faz”.
Ao longo da conversa, foram partilhadas algumas “recomendações de saúde pública, baseadas em evidência científica, para atividade física e comportamento sedentário, divulgadas pela Organização Mundial de Saúde”.
De acordo com Isabel Santos Jorge, “as crianças e os adolescentes devem fazer pelo menos uma hora por dia de atividade física aeróbica moderada a vigorosa, enquanto para os adultos a recomendação é de 150 minutos por semana”.
Quanto aos idosos, também são “150 minutos por semana, mas de atividade física aeróbica de moderada intensidade”.
A mesma médica interna especificou que “atividade física é todo o movimento voluntário, ou seja, propositado, do corpo humano que resulte num gasto de energia acima do metabolismo basal, de quando estamos sentados, por exemplo”.
Já a atividade física aeróbica prende-se com “atividades que envolvem gasto de oxigénio para os músculos terem energia, nomeadamente caminhar, correr, pedalar ou nadar”.
Em relação ao exercício físico, “é um subtipo de atividade física e inclui toda a atividade física que é programada e estruturada de acordo com critérios previamente definidos de intensidade, duração, modo de execução, entre outros, e realizada com vista a atingir objetivos específicos”, explicou Isabel Santos Jorge.
Por sua vez, Patrícia Correia Rico reforçou que “a atividade física não precisa de ser só o desporto”, sustentando que “para ser ativo não é preciso fazer coisas dificílimas”.
A esse nível, Isabel Santos Jorge exemplificou que “um passeio a pé para ir às compras, ir passear o cão, tratar do jardim, aspirar a casa, ir para o trabalho de bicicleta, brincar com os netos às apanhadas ou usar escadas em vez de elevador, tudo isso é atividade física”.
Entre os benefícios associados à atividade física realçou que “é boa para o coração, para o corpo e para a mente”, frisando que, “em Portugal, os principais fatores de risco para morte estão quase todos relacionados com a alimentação e a baixa atividade física”.
A mesma médica interna focou que “a atividade física regular pode prevenir e ajudar a controlar doenças cardíacas, hipertensão, diabetes tipo 2 e vários tipos de cancro, doenças que causam quase três quartos das mortes em todo o mundo”.
A par disso, evidenciou que “é muito benéfica para a saúde mental, incluindo prevenção do declínio cognitivo e sintomas de depressão e ansiedade; pode ainda contribuir para a manutenção do peso saudável, da saúde óssea e do bem-estar geral; e também melhorar a aprendizagem, a autoestima, o sono e o pensamento, tão importantes em qualquer idade”.
Em jeito de balanço, salientou que “basta começar devagarinho e ir aumentando gradualmente o tempo e a intensidade”, comentando que “podemos ir variando o tipo de atividade e que o mais importante é a constância”.
Na sua opinião, também é importante “escolher atividades de que se goste, fazer um plano e definir um objetivo e uma lista de motivações”.
Isabel Santos Jorge reiterou que “a atividade física é boa para o corpo e para a mente e todos beneficiam com o aumento da atividade física e a redução do comportamento sedentário”, constatando que “qualquer quantidade de atividade física é melhor do que nenhuma, e quanto mais, melhor”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS
