A Galeria Municipal de Arte Contemporânea de Serpa inaugura no próximo dia 16 de agosto, às 17h00, a exposição Cosmic Debris, do artista plástico Manuel Seita, com curadoria de José Alberto Ferreira. A mostra estará patente ao público até 16 de outubro, e pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
A exposição reúne um conjunto de obras realizadas entre 2007 e 2024, com recurso a pastas cerâmicas, barros de vários tipos e outros materiais, revelando um percurso artístico profundamente ligado à experimentação e à reinvenção da tradição cerâmica. As peças distribuem-se por núcleos que exploram três grandes dimensões: formas (linhas, torsões, volumes), figuras (cabeças, corpos) e arquiteturas (estruturas, padrões e modelos), compondo um espaço de reflexão estética e simbólica.
Um momento especialmente significativo da exposição é o encerramento com um poema do poeta do Al Andaluz Al-Mu’tamid, figura emblemática nascida em Beja no século X. Os versos, apresentados em caracteres árabes projetados nas janelas da Galeria, estabelecem um diálogo poético com a cidade e a sua memória, ecoando a ideia de “sentir de maneira cósmica”, como propôs Nietzsche.
Manuel Seita, natural de Vila Verde de Ficalho e residente em Almodôvar, dedica-se às artes plásticas desde 1990. Com formação em cerâmica no Centro de Formação de Artistas e Artesãos de Reguengos de Monsaraz e licenciatura em Escultura pela ESAD das Caldas da Rainha, tem desenvolvido uma obra consistente nas áreas do desenho, pintura e cerâmica. Participou em diversas exposições e residências artísticas, destacando-se recentemente a sua presença no International Ceramics Studio, na Hungria (2023), e no XXIV Kohila Symposium, na Estónia (2024), onde foi o primeiro artista português a ser convidado.
A exposição Cosmic Debris propõe-se como um olhar sobre a matéria, o tempo e o corpo, entre a tradição e a reinvenção, convidando o público a uma experiência sensorial e simbólica no coração de Serpa.
Fonte: Câmara Municipal de Serpa
