OPINIÃO por João Palmeiro • Promotor e Divulgador Cultural

Tivemos prova disso à noite, num dos pátios mais evocativos da cidade antiga, com a aula-show do historiador e escritor Alessandro Vanoli, acompanhado pelo professor Fulvio Delle Donne sobre “Matera na Idade Média: uma história mediterrânica”.

Uma história densa e imaginativa, em que a cidade se mostrou pelo que realmente foi, uma encruzilhada de culturas, símbolos e poderes em diálogo entre Oriente e Ocidente, entre Norte e Sul, entre terra e mar.

A iniciativa, incluída no programa do projeto Fantástica Idade Média e promovida pela Fundação Matera Basilicata 2019, insere-se no caminho que leva a Matera Capital Mediterrânica da Cultura e do Diálogo 2026.

Não foi apenas um acontecimento cultural, mas um gesto narrativo: uma forma de devolver à cidade o seu profundo papel de ponte entre civilizações, hoje mais do que nunca necessário redescobrir e partilhar.

Na Idade Média, fazia parte de um avançado sistema político e cultural, marcado pela presença normanda e pela visão de Frederico II, uma figura-chave da identidade mediterrânica, um imperador secular, curioso e multicultural.

E é precisamente a Basilicata de Frederico, com Melfi, Lagopesole, Acerenza, Venosa, que ainda hoje se confirma como lugar de património e de futuro, palco de uma narrativa que combina direito, conhecimento, diálogo.

Fantástica Idade Média é o nome deste conto de três anos.

Um projeto ambicioso e generalizado que – com exposições, instalações, eventos, oficinas escolares e produções digitais – traz de volta ao centro um passado que nunca foi tão atual.

O projeto, promovido pela Presidência do Conselho Regional da Basilicata e coordenado pela Fundação Matera Basilicata 2019, é financiado com recursos do Fundo Nacional Único de Turismo Italiano(FUNT) e do Programa Operacional Complementar da Basilicata (POC), e é realizado em colaboração com a Apt Basilicata, Lucana Film Commission e a Região da Normandia.

Um futuro que tem nome e data, Matera 2026.

E um horizonte partilhado, um Mediterrâneo que com Tetouan não divide, mas une.

* Cidade Italiana, no sul da península, capital europeia da cultura em 2019 e Capital mediterrânica da Cultura e Dialogo 2026, juntamente com Tetouan (Marrocos).

Edição e adaptação de João Palmeiro com Fondazione Matera Basilicata 2019

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