A vila de Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, acolheu entre os dias 25 e 27 de julho mais uma edição da Feira do Chocalho, evento que celebrou em grande os 10 anos do reconhecimento da arte chocalheira como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. O certame decorreu no Largo da Gamita e contou com a presença de cerca de 40 expositores, para além de um programa cultural e musical diversificado, que atraiu centenas de visitantes à vila alentejana.

Organizada pelo Município de Viana do Alentejo, com o apoio da Junta de Freguesia de Alcáçovas e em parceria com várias associações locais, a feira teve como grande destaque a exaltação da arte chocalheira — uma tradição identitária da região, profundamente enraizada na cultura e no saber-fazer das comunidades locais.

Na sessão de inauguração, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte, destacou precisamente a importância simbólica e patrimonial da data. “O ponto alto, obviamente, este ano são os 10 anos da arte chocalheira e do reconhecimento da Unesco, desde que foi considerado património imaterial e cultural da Humanidade”, sublinhou o autarca. “Esta feira é a exaltação deste património que é identitário desta região. Conseguimos chamar a atenção nestes dias, nestas semanas em que se faz a divulgação, fala-se sempre dos chocalhos, da arte chocalheira. É o ponto alto, sem dúvida nenhuma.”
Além dos expositores, o evento contou com uma pequena mostra de animais e com o habitual espaço das tasquinhas, ponto de encontro e convívio entre visitantes, residentes e grupos locais. “As nossas tasquinhas são sempre um complemento fundamental. É onde nos juntamos, onde conversamos e partilhamos”, acrescentou o presidente.

O cartaz musical da feira incluiu nomes bem conhecidos do público português. Na sexta-feira, a noite arrancou em festa com José Cid; no sábado, o destaque foi para Nena, uma das artistas da nova geração da música nacional, e para os Vizinhos, que têm vindo a afirmar-se no panorama pop nacional.
Apesar do ambiente festivo, Luís Miguel Duarte deixou também um alerta: “Isto é, acima de tudo, um grito de alerta, porque a arte chocalheira, tal como outras que todos conhecemos, pode desaparecer de um momento para o outro. É um reconhecimento, mas também um chamar de atenção. Temos aqui algo muito importante, uma arte muito bonita que nos pode levar longe, mas que está em risco de desaparecer.”

A Feira do Chocalho de 2025 voltou, assim, a afirmar-se como um momento marcante no calendário cultural do concelho de Viana do Alentejo, unindo tradição, identidade e contemporaneidade, e reforçando o papel da arte chocalheira como símbolo maior da alma do Alentejo.
Texto: Redação DS
Fotos: DS