Cerca de 150 pessoas juntaram-se na primeira edição do FEPAL – Fórum Empresarial PALOP-Alentejo, realizado no dia 5 de junho. O evento foi organizado pelo NERE – Núcleo Empresarial da Região de Évora, em conjunto com o Diário do Sul e com Milton Gussule e Arlindo Miguel, coordenadores do fórum.
“Internacionalização: Oportunidades Reais para as Empresas do Alentejo nos PALOP” foi o tema do encontro, que apresentou também uma mostra de produtos da região.
Contou com a presença de representantes de várias instituições e empresas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), contribuindo para “reforçar os laços de proximidade e criar oportunidades de colaboração entre o Alentejo e os países lusófonos”, adiantou a organização.

Em declarações aos jornalistas, Rui Espada, presidente da Direção do NERE, realçou que “quisemos trazer uma ligação de proximidade a estes mercados, bem como dar a conhecer os mercados dos PALOP aos empresários da região que ainda não estejam aí presentes”.
Especificou que “demos a conhecer oportunidades e falámos sobre alguns receios que possam ter”, constatando que “sabemos que são mercados que têm uma volatilidade económica complicada”.
Segundo Rui Espada, “tentamos sempre que fiquem com melhor conhecimento, tirem dúvidas e fiquem mais fortes”, garantindo que “nós estamos cá para os ajudar a irem para estes países, caso queiram investir lá”.

Por sua vez, Milton Gussule explicou que “este fórum surgiu como uma plataforma para juntar os interesses comuns económicos entre o Alentejo e os PALOP, em diversas áreas”.
Salientou que “sabemos que hoje enfrentamos desafios de desenvolvimento, principalmente nos PALOP e sabemos que Portugal também enfrenta o desafio de encontrar novos mercados”, reiterando que “esta era a melhor maneira de criar esta parceria”.
Arlindo Miguel acrescentou que “o objetivo foi juntar os empresários do Alentejo e dos PALOP em todas as áreas para ver o que se pode fazer, não só cá em termos de investimento, mas também lá”.

Destacou que “esta foi a primeira edição de muitas”, esperando que “o FEPAL seja uma porta de investimento entre os PALOP e o Alentejo, mas também para haver uma maior união entre Portugal e esses países”.
Para Carlos Pinto de Sá, presidente do Município de Évora, “num mundo em que hoje há grandes competições é fundamental que possamos encontrar caminhos de cooperação entre os povos, concretizando-os”.
Evidenciou que “o grande desafio que deixei foi o da cooperação e de projetos concretos para que possamos desenvolver essas nossas relações e isso implica que nos conheçamos uns aos outros”, reforçando que “vamos trabalhar em conjunto para encontrar os melhores caminhos para que a cooperação não seja apenas palavras, mas se traduza em ações e projetos concretos”.

O presidente do Conselho de Administração da Adega Cooperativa de Redondo (ACR), José Manuel Martins, foi um dos participantes do FEPAL.
Na sua opinião, “este tipo de eventos é fundamental para estreitar laços e para aproximar pessoas e mercados”, referindo que “trazemos sempre os nossos vinhos, que já têm uma história”.
Recordou que “a ACR tem quase 70 anos, tem um passado que considero digno de ser honrado com bons vinhos, bons produtos do Alentejo e é isso que queremos levar ao mundo”.
De acordo com José Manuel Martins, “nós já tivemos uma presença maior nos países africanos”, comentando que “houve algumas depressões no mercado e nós fomos perdendo peso, mas estou em crer que o próprio mercado se retraiu e está generalizada uma quebra no consumo de vinho”.
O mesmo responsável revelou que “aquilo que estamos a procurar fazer é diferenciar os nossos produtos e parece-me que dessa forma poderão ter uma maior recetividade”, considerando que, “assim, podemos ganhar peso e quota de mercado, além de ser importante que a procura volte a ser como já foi em tempos”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS