O Alentejo foi escolhido pelo Turismo de Portugal como região-piloto do programa Life Campers – Autocaravanismo Responsável. Nesse sentido, a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo está “a reorganizar o território para responder à crescente procura por turismo itinerante”.
Para promover as cerca de 30 Áreas de Serviço para Autocaravanas (ASA) já operacionais no Alentejo e no Ribatejo, a ERT fez um périplo pelo país a divulgar esta rede de autocaravanismo responsável e seguro.
Em nota de imprensa enviada ao Diário do Sul (DS) é referido que “a rede ASA não só reforça a atratividade turística, como também ajuda a combater o estacionamento selvagem, a dinamizar as economias locais e a fortalecer o respeito pelo território e pelas comunidades”.

É ainda realçado que “trata-se de mostrar como esta rede permite proteger o território, ordenar fluxos e criar valor para as comunidades locais, sem abdicar da hospitalidade que define o país”.
Em declarações ao DS, José Santos, presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, salientou que “temos vindo a trabalhar com o Turismo de Portugal e com cerca de 30 municípios na criação de uma Rede Regional de ASA, maioritariamente localizadas no interior”, reiterando que “há aqui uma preocupação de criarmos espaço de alojamento fora dos principais circuitos turísticos”.
Acrescentou que, “no total, esta rede representa cerca de 350 lugares”, reiterando que “é essencialmente uma resposta a uma tipologia de oferta que responde a uma tendência do mercado”.

A esse nível, José Santos especificou que prende-se “não só com o mercado mais tradicional do autocaravanismo, sobretudo, seniores portugueses, mas também do norte da Europa, por exemplo, havendo ainda um novo perfil que começa a entrar no autocaravanismo”.
Sublinhou que “são portugueses, famílias e muitas delas, mesmo não tendo possibilidade de adquirir uma autocaravana, acabam por alugar”, focando que “é um turismo de ar livre, muito responsável, próximo das comunidades locais, algumas perto da praia ou de Alqueva”
Na sua perspetiva, “é um turismo que está em desenvolvimento e nós temos de ter oferta para todos os mercados, neste caso é um turismo de ar livre em autocaravana e pode fazer-se no Alentejo, desde o norte até ao sul, com sítios seguros”.

Segundo o mesmo responsável, nas ASA, “as pessoas podem dormir, abastecer-se de água potável, fazer o despejo de resíduos ou carregar os seus equipamentos elétricos”, revelando que “algumas delas estão muito bem equipadas com casas de banho e outras têm zonas de piquenique e de confeção de refeições”.
De acordo com José Santos, “normalmente, os autocaravanistas gostam de ficar junto aos principais ‘spots’, por isso é que procurámos, sempre que possível, que as ASA fiquem em sítios emblemáticos, junto a planos de água, por exemplo”.
Comentou que “os municípios depois criam regulamentos de ordenamento do espaço e a ideia é de uma forma pedagógica trazer os autocaravanistas para essas áreas, evitando que fiquem estacionados e que durmam em zonas, às vezes, inseguras”.

O presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo assegurou que contempla também “uma perspetiva de fruição do património natural, das pessoas estarem em contacto com a natureza e as comunidades, fazerem as compras na pequena aldeia, adquirirem produtos no comércio local ou tomarem o pequeno-almoço no café”.
Na sua opinião, “é um turismo diferente”, constatando que “precisamos de ter respostas para vários públicos e procuramos também levar o turismo para o interior do interior”.
José Santos frisou que “consegue aliar a dinamização da economia local e preservar os territórios”, garantindo que “ainda temos algumas melhorias a fazer nos sistemas de reservas e de entradas nas ASA, pois uns já estão a funcionar, outros ainda não”.
A esse respeito, reforçou que “o objetivo é tornar a experiência de reserva e de entrada na ASA a mais fluída e a mais fácil possível”, concluindo que “é um trabalho contínuo e estamos muito empenhados em melhorar a rede”.
Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS / ERT Alentejo e Ribatejo