A investigadora Maria Zozaya-Montes, do CIDEHUS – Universidade de Évora, coordena no próximo dia 22 de maio, às 18h, no CLAV (Anfiteatro 1), uma sessão especial com estreia absoluta do documentário “Revuelta popular y violencia colectiva en la Guerra de la Independencia”, seguida de uma mesa redonda com especialistas em violência coletiva. A entrada é gratuita.

O documentário, realizado pelo catedrático José María Cardesín, surge no âmbito do projeto internacional VICES, que analisou a violência popular durante o período napoleónico, envolvendo investigadores de Portugal, Espanha e Inglaterra. Cardesín, responsável pela direção do projeto, será um dos oradores na mesa redonda que sucede à exibição.

O evento conta com a participação de figuras de destaque no estudo da violência e resistência popular na Península Ibérica. Entre os confirmados estão: Mafalda Soares da Cunha, professora da Universidade de Évora e diretora do projeto internacional Resistance: Rebellion and Resistance in the Iberian Empires, 16th–19th centuriesTeresa Fonseca, investigadora do CEPESE (Porto) e antiga colaboradora do CIDEHUS, com estudos sobre ataques contra as elites portuguesas no contexto napoleónico e José Alberto Ferreira, professor da Universidade de Évora e colaborador da Capital da Cultura 2027, que estuda a violência simbólica através da literatura de cordel.

A sessão será apresentada por María Zozaya-Montes, também integrante do projeto VICES, conhecida pelos seus trabalhos sobre violência física e simbólica na era napoleónica.

Este encontro propõe-se a refletir sobre as múltiplas expressões de violência coletiva e a sua representação, cruzando abordagens históricas, culturais e literárias.

O documentário revela várias chaves de interpretação sobre os ataques coletivos populares, bem como padrões de comportamento que se repetiram de forma continuada. Houve arrastamentos e linchamentos em Portugal contra figuras relevantes? Sim. Precisamente no caso do Alentejo, onde agora se estreia o documentário, ocorreram vários episódios desse tipo durante a primeira invasão napoleónica.

Em Évora, destaca-se particularmente o caso de Frei Manuel do Cenáculo, fundador da Biblioteca Pública de Évora – a primeira de todo o país criada com o propósito de servir o bem comum. Outro caso marcante é o de José Paulo de Carvalho, que foi perseguido e assassinado, muito provavelmente por bandos locais que procuravam preservar a ordem do Antigo Regime. Sobre este episódio, foi já derramado muito “tinta”, tal a sua repercussão histórica e simbólica.

Fonte: Nota de Imprensa / Universidade de Évora

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