Juntar num mesmo espaço as oportunidades de emprego na área do turismo com os potenciais candidatos a essas propostas é o conceito da Bolsa de Empregabilidade, um projeto promovido pela Associação Fórum Turismo que decorre há vários anos em diferentes zonas do país.
No passado dia 13, realizou-se na Arena d’Évora a segunda edição desta Feira de Emprego do Turismo do Alentejo, com a participação de cerca de 65 empresas que estiveram a recrutar para várias áreas ligadas ao setor turístico.
O certame foi co-organizado pela Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, contando também com o apoio de diversos parceiros, nomeadamente do Município de Évora e do Turismo de Portugal.

Em declarações aos jornalistas, António Marto, presidente da Associação Fórum Turismo e fundador da Bolsa de Empregabilidade, admitiu que “o que aconteceu aqui correspondeu às expectativas que tínhamos”, referindo que “tivemos 65 empresas, 45 delas com atividade económica no Alentejo, o que significa que estamos a empregar para o território”.
Acrescentou que “vieram mais estudantes, perto de 600 alunos das diferentes partes do território, mas também público em geral, desempregado ou até empregado, contabilizando cerca de 200 pessoas”.
Questionado sobre o conceito destas feiras, António Marto explicou que “é muito simples, é juntar a oportunidade de emprego e a necessidade de emprego, onde fazemos um ‘match’ entre as duas partes, as empresas e os candidatos”, considerando que “quando o fazemos presencialmente o ‘power’ é maior e é isso que acontece ao longo do país”.

Destacou ainda que “esperamos que saiam daqui com oportunidades claras e evidentes e com respostas”, reiterando que “o que pedimos às empresas é que evidenciem as suas necessidades, mas também tragam a responsabilidade de dar uma resposta ao candidato”.
O mesmo responsável focou que o objetivo “é garantir ao máximo uma empregabilidade mais assertiva e o mais responsável porque só assim é que conseguimos construir uma imagem de que o turismo emprega e emprega bem”.
Disse ainda que, este ano, “apertámos o nosso filtro para que as pessoas que vieram até cá estivessem disponíveis e legais para uma pesquisa de ativo responsável”, confirmando que “destas feiras resultam mesmo contratações”.
Por sua vez, o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, realçou que, “nesta segunda edição, a feira cresceu”, afirmando que “tínhamos esta ambição de crescer no lado da oferta, portanto, ter mais empresas, de mais segmentos e de todas as partes da região, incluindo o Ribatejo”.

A par disso, evidenciou que “também crescemos do lado da procura, não só através da parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para trazer aqui pessoas que estão numa situação de desemprego, mas também pessoas que estão em situação laboral ativa e que quiseram saber como está o mercado e conhecer as novas tendências do turismo no Alentejo”.
Além disso, José Santos salientou “a presença de cerca de 600 alunos, de cinco agrupamentos de escolas, quatro escolas profissionais, a Universidade de Évora ou a Escola de Turismo e Hotelaria de Portalegre”.
Na sua opinião, “este resultado deve-se a termos ido ‘vender’ a ação às escolas, além de apoiarmos, através de autocarros, a vinda dos alunos, sempre que as entidades não o conseguiram”.
Para o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, “é fundamental aproximar a oferta e a procura”, comentando que este dia, “de certa forma, espelha aquilo que é hoje a dinâmica e também a importância económica e social do turismo no Alentejo”.

Sublinhou ainda que “apoiamos muitas iniciativas ao longo do ano, mas considero esta entre as três mais importantes em que o Turismo do Alentejo participa ou co-organiza, como é o caso”.
Quanto à falta de recursos humanos que se tem verificado na área do turismo, José Manuel Santos adiantou que “a situação tem vindo a melhorar”, lembrando, contudo, que “este é um problema estrutural, que tem a ver com o envelhecimento da população”.
Recordou ainda que “houve uma grande fuga de pessoas após a pandemia, por tudo o que ela causou na indústria do turismo, mas temos assistido a uma recuperação gradual das pessoas”.
Na sua perspetiva, “a integração crescente da população migrante tem, de certa forma, mitigado e permitido em grande parte resolver o problema”.
Para José Manuel Santos, “hoje as políticas públicas estão a ajudar a inverter a situação”, sustentando que, “não estando o problema totalmente resolvido, nem vai estar, penso que estamos numa situação mais confortável do que há dois ou três anos”.

Também em declarações à comunicação social, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, referiu que “esta feira sendo em Évora é uma feira para o Alentejo”, frisando que “é muito importante este certame ter vindo para a região”.
Disse ainda que “estamos com falta de mão de obra, precisamos de ter migrantes e recebê-los aqui, mas também temos de qualificar quem cá está e procurar que os nossos jovens não tenham de sair para o estrangeiro e que possam ter aqui condições dignas de trabalho”.
O autarca deu também conta de alguns números, revelando que, “em Évora, temos vindo a assistir a um crescimento acentuado na área do turismo”.
Especificou que “ainda não tenho os números finais do ano passado, mas provavelmente chegámos a perto de 700 mil dormidas em Évora, o que significa que mais do que duplicámos numa década as dormidas aqui”.
No que diz respeito a esta Feira de Emprego do Turismo, o delegado regional do Alentejo do IEFP, Arnaldo Frade, considerou que “o que aconteceu aqui é complementar a todo o trabalho que fazemos na nossa instituição, ou seja, colocar em contacto quem precisa de emprego e quem precisa de integrar o mercado de trabalho”.
Na sua ótica, “tudo aquilo que se faça nos vários setores, neste caso no turismo, no sentido de fazer essa aproximação é positivo”.
O mesmo responsável relembrou que “no IEFP temos profissionais qualificados para ajudar na integração no mercado de trabalho e temos condições para promover formação profissional adequada, seja à medida para a necessidade dos postos de trabalho a criar, seja formação ao longo da vida”.
Concluiu ainda que “sabemos que há outros operadores, nomeadamente as escolas de turismo, mas todos somos poucos para qualificar, quer os nacionais oriundos da própria região, quer as pessoas que vêm do estrangeiro e que estão a chegar à região, que podem ser uma ajuda muito importante para resolver problemas de falta de mão de obra”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS