O programa de comemorações do 38.º aniversário da classificação do centro histórico de Évora como Património Mundial da UNESCO, que se celebra a 25 de novembro, assinala também, este ano, 10 anos da elevação do Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade. O ponto alto das celebrações passa pela realização de uma grande homenagem a Abílio Fernandes, presidente da Câmara de Évora durante 25 anos consecutivos, entre 1977 e 2002. Durante a cerimónia, que terá lugar no Palácio D. Manuel, o histórico autarca será agraciado com a Medalha de Ouro da cidade.
A jornada comemorativa termina na terça-feira, 26 de novembro, no Salão Central, com uma Oficina de Cante para crianças e jovens e uma tertúlia / debate sobre o Cante e o Património Imaterial, com a presença de especialistas e investigadores nesta área.
Abílio Miguel Joaquim Dias Fernandes nasceu a 22 de fevereiro de 1938, em Moçambique. Casado e pai de cinco filhos, é licenciado em Finanças, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras de Lisboa.
Passou, primeiro, pelo extinto MDP/CDE e ingressou no Partido Comunista Português, no início de 1976, ano no qual foi eleito presidente da Câmara Municipal de Évora nas listas da FEPU – Frente eleitoral Povo Unido. Foi Presidente da Câmara Municipal entre 3 de janeiro de 1977 a 13 de janeiro de 2002.
De 2005 a 2007, foi deputado comunista à Assembleia da República pelo círculo de Évora. Em 2007, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido ainda outras distinções de relevo. Em 2021, foi-lhe atribuído o grau de Honoris Causa pela Universidade de Évora, como reconhecimento pelo mérito da sua obra.
Ao longo dos seus 25 anos consecutivos de mandato, destacam-se conquistas de relevo como a elaboração e aprovação do primeiro Plano Diretor Municipal (PDM) em Portugal, a execução do icónico Bairro da Malagueira e, naturalmente, a classificação, em 1986, do centro histórico de Évora como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, tornando-se a segunda cidade a ser reconhecida, em Portugal, depois de Angra do Heroísmo (1983).
Na sua declaração de valor, esta organização considerou a capital alentejana como “o melhor exemplo de cidade da idade de ouro portuguesa, após a destruição de Lisboa pelo terramoto de 1755.”
Fonte: Câmara Municipal de Évora