Foi numa cerimónia realizada no Palácio de D. Manuel que a Direção da associação gestora da Capital Europeia da Cultura Évora 2027 tomou posse na passada quarta-feira.
A presidente da Direção é a jurista Maria do Céu Ramos, que era até então secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida. Tomaram também posse o diretor Financeiro, o economista António Costa da Silva, e o diretor de Comunicação e Alcance, o consultor de comunicação Bruno Fraga Braz.

A sessão contou com a participação do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, que também é presidente da Assembleia Geral da Évora_27. Destaque para a presença do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.
O evento ficou ainda marcado pelo protesto pacífico, e com cânticos, de alguns cidadãos que se encontravam no exterior do palácio, visto que têm surgido algumas críticas de partidarização da referida associação e também pelo afastamento da Equipa de Missão no projeto Évora 2027.

À margem da cerimónia, a presidente da associação gestora da Capital Europeia da Cultura Évora_27 sublinhou que “este processo começou há sete anos e eu estive no princípio”, frisando que “tenho muita alegria em não ser uma recém-chegada a Évora_27 e estar desde a primeira hora na comissão executiva da candidatura”.
Questionada sobre os protestos ocorridos, Maria do Céu Ramos referiu que “a música trouxe um pano de fundo surpreendente, mas bonito para o acontecimento que aqui nos reuniu”, sustentando que “a Direção tomou posse e vamos agora começar o nosso trabalho”.
Relativamente às críticas de haver uma partidarização da Direção, afirmou que as recusa “completa e liminarmente”, afiançando que “não há qualquer fundamento para esse tipo de argumentação”.
A mesma responsável garantiu ainda que “estamos muito concentrados em gerar confiança porque isso é o princípio de tudo”, constatando que “é a partir da confiança com todos os que quiserem fazer parte deste projeto que faremos de Évora_27 algo que cria e traz uma construção cultural para o futuro”.

Durante a sua intervenção, o primeiro-ministro dirigiu “uma palavra de alento e de confiança a esta Direção, mas também de reconhecimento a todos aqueles que antes contribuíram para o sucesso da candidatura e para o trabalho que entretanto efetuaram”.
A par disso, Luís Montenegro quis “testemunhar, em nome do Governo, o apoio que daremos permanente, evidentemente na medida das nossas possibilidades, daquilo que é razoável e da disponibilidade”.
Na sua perspetiva, “Évora tem condições únicas”, sustentando que “é Património da Humanidade, é uma cidade-museu, é uma cidade com muito passado, mas é também uma cidade com futuro”.
O governante realçou que “mais do que uma cidade é, nesta circunstância, uma expressão de toda uma região e uma expressão de tudo o que significa a identidade de Portugal e da identidade deste conjunto de comunidades que compõem o Alentejo”.
Na sua ótica, “uma Capital Europeia da Cultura proporciona alimentarmos aquilo que já temos e, sobretudo, estimular aquilo que ainda não temos e que temos capacidade e potencial para podermos construir”.

No final da sessão, em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara de Évora recordou que “estes são sempre processos complicados”, salientando que “espero que com a colaboração de todos possamos levar a ‘bom porto’ aquilo que é um projeto estruturante para Évora e para o Alentejo”.
Carlos Pinto de Sá assumiu que “quer a câmara, quer eu próprio estamos empenhados que o processo possa decorrer da melhor maneira possível, possa envolver todos e tenha a capacidade, como até aqui fizemos, de nos ouvir uns aos outros e de podermos encontrar as soluções adequadas para construirmos a Capital Europeia da Cultura”.
Para a Direção da Évora_27 ficar completa, falta a escolha do diretor Executivo e do diretor Artístico. Pinto de Sá espera que “na próxima assembleia-geral possam ser aprovados os regulamentos e ser lançados os concursos” para esses cargos, revelando que “ainda não está marcada a data da assembleia-geral, mas em princípio será na próxima semana”.

Marques Mendes destacou a importância de Évora_27 para a região e o país
O ex-ministro Luís Marques Mendes também esteve presente na cerimónia. No final, disse ao Diário do Sul que “este é um momento muito importante para Évora, para o Alentejo e para o país”.
O comentador acrescentou que “para Évora vai ser um grande desafio ser Capital Europeia da Cultura em 2027”, considerando ainda que “vai ser uma excelente oportunidade para todo o Alentejo e um momento de união para o país”.
Na opinião de Marques Mendes, “para o país é mais outro momento importante”, recordando que “já tivemos Lisboa, Porto e Guimarães como Capitais Europeias da Cultura e agora será Évora que é uma terra cheia de história e de cultura”.

Para o ex-ministro, “a Maria do Céu Ramos estar à frente deste projeto é uma excelente escolha”, admitindo que “sou suspeito, ela foi minha secretária de Estado nos anos 90, mas eu acho que é uma escolha muito lúcida e muito competente, quer do Governo, quer do município”.
Nesse sentido, reiterou que “vim aqui só para me associar a este momento e desejar as maiores felicidades”.
Pode ver a reportagem vídeo no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=qHbSQ4Wo2dc&t=3s
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS