Não é nenhuma novidade que o conhecimento adquirido através da escola é uma ferramenta essencial para o futuro profissional. No entanto, cada vez mais é também consensual que as experiências acumuladas em projetos fora da sala de aula podem representar uma vantagem neste caminho que os mais novos vão construindo.

Recentemente, três alunos da Escola Secundária Severim de Faria (ESSF), de Évora, participaram no ‘bootcamp’ da iniciativa “Generator” do Programa “Starters”, organizado pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

António Carrageta, do 2.º ano do Curso Profissional de Técnico de Logística; Catarina Ginja e Laura Ginja, ambas do 2.º ano do Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial, formaram uma equipa e apresentaram um projeto social ligado à área da habitação.

Não ficaram no pódio, mas a experiência adquirida é o prémio mais relevante quando se participa nestes eventos. Ao Diário do Sul, contaram como foi esta “aventura” e que impacto teve nos seus percursos.

“Este projeto surgiu de outras iniciativas de empreendedorismo na escola, nomeadamente num concurso em que participámos na Fundação Eugénio de Almeida”, explicou Laura Ginja, referindo que “esta ideia surgiu de um problema que nós sentimos que existe na nossa cidade, mas também no país, que é a falta de habitação”.

Adiantou ainda que “nesse primeiro concurso não ganhámos, mas quisemos ir para a frente com o projeto porque achamos que tem potencial e levámo-lo a essa iniciativa da ANJE”.

António Carrageta acrescentou que “o professor Aires Carvalho trouxe cá um empreendedor que já nos conhecia, o Tomás Caeiro, ele deu a ideia de nos inscrevermos neste programa da ANJE”.

Destacou também que, “em 86 projetos, ficámos nos 15 melhores e foram esses que participaram na apresentação realizada no Porto nos dias 30 e 31 de março”, esclarecendo que “eram só projetos de escolas e, principalmente, de cursos profissionais”.

Revelaram ainda que “éramos a única equipa de Évora, mas havia participantes de Campo Maior, Portalegre e Sousel, ficando o Alentejo representado no pódio com as equipas das duas últimas localidades”.

Quanto ao projeto que apresentaram, os jovens salientaram que “pretendemos ajudar as pessoas que têm baixos rendimentos a ter habitação, tendo em conta o valor da casa e o valor que a pessoa consegue pagar”.

Explicitaram ainda que “o objetivo seria ter uma associação que estabelecesse parcerias com outras instituições de forma a alcançar este objetivo”, apontando que uma das hipóteses seria “reabilitar prédios abandonados”.

Através da participação neste ‘bootcamp’ no Porto, os alunos contaram que “percebemos melhor no que tínhamos errado e o que temos de fazer para melhorar, se queremos mesmo continuar com o projeto”.

A par disso, Laura Ginja frisou que “adquirimos mais conhecimentos e experiência, houve convívio com outras pessoas e aprendemos, por exemplo, como é que temos de fazer marketing e publicidade”.

Realçou que “foram dois dias de muito trabalho e, apresar de não termos ganhado, fomos nomeados a equipa com melhor comunicação e mais sorridente, o que foi uma vitória, além de ser fruto do treino que temos tido desde o primeiro ano”, afirmando que “participar nestes projetos extra escola faz toda a diferença”.

Por sua vez, Catarina Ginja admitiu que “estava com expectativas de ficarmos melhor posicionados, embora não achasse que o nosso projeto fosse ganhar porque como é um projeto social demora mais tempo a desenvolver”, considerando que “havia projetos melhores do que aqueles que foram classificados”.

De qualquer forma, confessou que “esta experiência enriqueceu-me e sinto-me mais à vontade a falar em público e com outras pessoas do que sentia há um ano, ajudando-me a evoluir como pessoa”.

A mesma aluna recomendou que “todos os alunos se envolvam neste género de projetos, são experiências únicas que me ajudaram a evoluir bastante”.

António Carrageta partilha a mesma opinião. “Apesar do nervosismo, começamos a sentirmo-nos mais à vontade em expor as nossas ideias perante o público”, disse, reiterando que “o professor Aires é que nos incentivou a participar neste género de projetos logo desde o primeiro ano”.

Para o jovem, “isso é vantajoso para o futuro, seja na universidade ou no local de trabalho, pois ganhamos mais ‘bagagem’ do que outras pessoas que não participaram neste género de iniciativas”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal
Foto: ESSF

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