Cerca de 100 pessoas juntaram-se, na segunda-feira à tarde, no auditório do Grupo Diário do Sul para assinalar os 54 anos deste jornal, celebrados no passado sábado.
Esta sessão marcou também o início das tertúlias “Conversas do Alentejo”, que este órgão de comunicação social está a promover, neste caso tendo como mote a nomeação de Évora para Capital Europeia da Cultura em 2027.

O encontro contou com as intervenções de Manuel Madeira Piçarra, fundador e diretor do jornal Diário do Sul (DS); Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de Évora; Hermínia Vasconcelos Vilar, reitora da Universidade de Évora (UÉ); e de Ana Paula Amendoeira, diretora regional de Cultura do Alentejo.
De realçar também a presença de vários autarcas da região, bem como de representantes parlamentares, de instituições, associações, empresas e ainda do meio académico.

Ao longo da conversa, o contributo que este jornal tem dado para a defesa dos interesses do Alentejo e das suas gentes foi destacado pelos vários intervenientes.
Realçaram ainda a sua postura de privilegiar a informação verdadeira e a pluralidade das opiniões, ao mesmo tempo que reconheceram o seu papel no debate sobre os problemas deste território e na promoção das suas potencialidades.
Um dos momentos mais emblemáticos foi a intervenção de Manuel Madeira Piçarra, que se tornou quase numa “aula de história”, falando não só na origem deste diário, como de vários pontos marcantes da nossa comunidade.
Em declarações ao Grupo DS, Carlos Pinto de Sá sublinhou que “um diário regional comemorar 54 anos é de facto uma vida épica que tem de ser salientada, sobretudo, porque essa vida foi muito com base naquilo que são as preocupações, reivindicações e aspirações do Alentejo, de melhoria da cidade de Évora e da vida das populações”.
O presidente do Município de Évora também felicitou “Manuel Madeira Piçarra e a família por terem conseguido a epopeia de manter este jornal diário, mas também todos aqueles que colaboraram ao longo destes 54 anos com o DS”.
Na sua perspetiva, “é importante que haja na comunicação social um órgão que permaneça aberto, em que a pluralidade das ideias possa transparecer e em que o confronto de ideias possa também surgir porque é fundamental que tenhamos capacidade para percebermos o que é que os outros pensam porque isso também nos enriquece”.
O autarca defendeu que “precisamos que o Alentejo, para além de se basear na diferença, faça um caminho de procurar os pontos comuns que são necessários para promover o desenvolvimento da região e o bem-estar das populações”, considerando que “o DS tem feito essa promoção”.
A esse nível, deixou “uma palavra de reconhecimento”, dizendo que “a câmara, no respeito pela autonomia de cada uma das instituições, continuará a colaborar com o DS”.
Relativamente ao tema que também esteve em destaque, o de Évora ser Capital Europeia da Cultura em 2027, Carlos Pinto de Sá focou que “estamos, sobretudo, numa fase de esclarecimento e de divulgação daquilo que foi o dossier de candidatura e das propostas que aí constam”.
Acrescentou que “também estamos numa altura de concretização dos projetos, em que todos os que quiserem participar vão ser chamados a participar nos diversos projetos”.
Não obstante, o autarca ressalvou que “este processo não está fechado e o facto de não ter sido identificado um projeto no dossier não quer dizer que ele não possa ter cabimento na Capital Europeia da Cultura”.
Reforçou que “o grande desafio é para todos e que todos podem ter alguma participação na Capital Europeia da Cultura”, frisando que “vamos procurar já a partir deste ano promover essa participação das pessoas e das instituições nos vários projetos que estão propostos e noutros que possam aparecer”.
Por sua vez, Hermínia Vasconcelos Vilar considerou que “é importante acompanhar a evolução de um órgão de comunicação social com esta longevidade, que tem assegurado uma comunicação imparcial e marcada pela liberdade de opinião ao longo de tantos anos, ao nível regional, o que não é simples”.
A reitora da UÉ recordou “o quão difícil é assegurar um órgão de comunicação social ao nível regional, cada vez mais difícil, diria eu, não só em virtude das pressões conjunturais, mas também das dificuldades que rodeia a manutenção da imprensa regional”.
Além disso, lembrou que “o DS é um parceiro de longa data da UÉ, tal como a universidade é um parceiro do jornal”, constatando que “mantemos uma relação profícua de ligação para comunicar aquilo que se faz na universidade e no território e espero que possamos continuar a participar nestas celebrações e a multiplicar a nossa parceria”.
Hermínia Vasconcelos Vilar disse ainda que, “em particular, este é um ano marcado pela aceitação de Évora como Capital Europeia da Cultura em 2027”, comentando que “é um desafio para todos nós e para as instituições do Alentejo”.
Na sua opinião, “temos uma oportunidade muito grande para poder mudar Évora, mas também o Alentejo, e é nisso que estamos todos interessados em participar”.
Também Ana Paula Amendoeira fez questão de vincar que o DS “é uma instituição que temos na região, sendo o único jornal diário do Alentejo, que persistentemente continua a fazer um jornalismo e uma informação independente”.
Evidenciou também que “um projeto familiar já histórico, que começou ainda antes do regime democrático”.
Para a diretora regional de Cultura do Alentejo, “trata-se mesmo de um projeto de referência que é personificado por Manuel Madeira Piçarra, uma figura também ela histórica, apesar de estar muito bem connosco e com muita vitalidade”.
Confessou ainda que “foi um gosto ouvir Manuel Madeira Piçarra fazer aquela sinopse do que têm sido as últimas décadas da vida coletiva, sobretudo do Alentejo, mas também do país”, referindo que “tem um conhecimento que o torna de facto um ‘património mundial material vivo’ da nossa região”.
Já Manuel Madeira Piçarra, admitiu que “foi muito simpático verificarmos que há pessoas amigas, de várias áreas ideológicas e de diferentes setores, que concordam com a orientação do DS, que vêm cá e que nos dão uma palavra amiga e um estímulo para o futuro”.
Segundo o fundador e diretor do DS, “isso foi o ponto principal deste encontro, o de haver efetivamente uma demonstração de amizade ao jornal”, resumindo que “isso é fundamental para o futuro da vida do Diário do Sul e para o bem do Alentejo”.




Autor: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS