A celebração do Dia Nacional da Imprensa, a 14 de dezembro, terminou em Alcáçovas com uma visita à exposição “Jornais Centenários de Portugal e do Brasil: Um legado Cultural”. Nesta vila do concelho de Viana do Alentejo também decorreram várias palestras na área da desinformação, da memória da imprensa e do deserto de notícias.

João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa (API), relembrou que “a exposição que está patente em Alcáçovas foi inaugurada por ocasião do bicentenário da Independência do Brasil”.

Disse ainda que em Portugal há 37 jornais centenários, sendo que vão ser 38 a partir do momento em que A Defesa completar o seu 100.º aniversário, no dia 19 de março de 2023”.

A par disso, destacou “a apresentação do estudo sobre o deserto de notícias já referente a 2022, numa parceria com a Universidade da Beira Interior, que mostra que 50 por cento do território de Portugal está já em deserto de notícias ou em risco de deserto de notícias”.

Segundo o presidente da API, “a única solução é a consciência de que sem jornais não há memória e sem memória é como as florestas, acaba por definhar o conhecimento e nós ficamos completamente perdidos no meio do deserto de notícias”.

Em relação a este conceito do deserto de notícias, esclareceu que se aplica “quando não há jornais ou rádios locais nesse território ou se existindo, existe apenas um jornal ou uma rádio”, reiterando que “quando só existe um jornal ou uma rádio, essa zona está ameaçada pela falta de alternativa, pois as pessoas começam a não ver alternativa e acabam por se cansar de consumir”.

Há ainda outra vertente que se verifica que é quando “apesar de existirem jornais ou rádios, não têm uma atividade noticiosa local verificada”.

De acordo com João Palmeiro, “são estes três elementos que em conjunto nos permitem dizer que mais de 50 por cento do território nacional em Portugal está em deserto de notícias”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS

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