No dia 13 de dezembro, foi assinado um memorando de entendimento entre a Universidade de Évora (UÉ) e a Associação Portuguesa de Imprensa (API).

Esse protocolo, celebrado a propósito das comemorações do Dia Nacional da Imprensa (14 de dezembro), inclui “a realização de atividades nos domínios do ensino e da formação e o desenvolvimento de projetos de investigação de âmbito nacional e internacional, bem como a promoção de estágios científicos e técnicos”, referiu a UÉ, em nota de imprensa.

A mesma fonte evidenciou ainda que outra das atividades a desenvolver no âmbito deste acordo prende-se com “a criação e o desenvolvimento do Observatório dos Jornais Centenários, com sede em Alcáçovas, que prevê o lançamento de estudos e recolha de informação sobre a situação digital dos acervos dos jornais centenários”.

Em declarações ao DS, João Palmeiro, presidente da API, afirmou que “a assinatura deste memorando de entendimento foi um grande momento para API, que assim vê coroados os seus objetivos de a partir de Alcáçovas começar a estabelecer uma visão sobre o papel dos jornais, a começar pelos jornais centenários, para a história do mundo, da Europa, de Portugal”.

A esse nível, admitiu que, “naturalmente, para isso as capacidades que a UÉ tem com os seus laboratórios, como o CIDEHUS ou o Hércules, são fundamentais”.

Anunciou ainda que “já estamos a trabalhar com o Brasil na preparação de uma espécie de um dicionário de jornalismo, sobre o que é que as palavras querem dizer em português de Portugal e em português do Brasil quando são usadas pelos jornalistas hoje, há 100 ou há 200 anos”, resumindo que “o que está nos jornais é a expressão da sociedade e essas palavras traduzem também essa evolução”.

Para reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar, “com este protocolo pretende-se, sobretudo, aprofundar as relações com a API e a ideia é também ajudar neste projeto que se está a desenvolver em torno dos jornais centenários”.

Relembrou também que “a UÉ não só tem pessoas que estudam e utilizam a produção periódica, como também tem estruturas para preservação dessa produção”, garantindo que “justifica fazer este protocolo porque temos investigação nestas áreas e permitirá conhecer melhor o que é o acervo dos jornais centenários, nomeadamente do Alentejo, mas também permitirá conhecer melhor os contributos que a UÉ pode dar nesta área”.

Aludindo ao facto da UÉ ter sido “palco” destas comemorações, a reitora comentou que, “hoje mais do que nunca, ser informado e informar de acordo com critérios de qualidade e de isenção, com critérios claros de informação e de formação é absolutamente central”.

Na sua opinião, “cada vez mais o papel de quem informa é crucial na formação dos cidadãos, da cidadania e na formação de todos nós”, constatando que “justifica-se plenamente que uma universidade seja o centro desse Dia Nacional da Imprensa”.

Realçou que “a universidade tem também uma responsabilidade na área da formação, normalmente conotada com a formação tradicional, ou seja, o ensino, mas também é responsável pela formação do cidadão”.

Hermínia Vilar alertou ainda que “num clima em que as notícias falsas circulam e em que, às vezes, há pouca regulamentação para os abusos que são praticados nas redes sociais, é importante que isso possa ser contrabalançado por esta informação que a imprensa nos assegura e para a qual também as universidades devem estar presentes, pois são um dos intervenientes nesse processo de formação para a cidadania”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS

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