A escolha para o Prémio Vergílio Ferreira recaiu este ano sobre Helena Carvalhão Buescu, Professora Catedrática de Literatura Comparada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Este galardão, instituído pela Universidade de Évora (UÉ) em 1996, incide sobre o conjunto da obra de um autor que se tenha distinguido nos domínios da ficção ou do ensaio.

Numa edição que contou com nomeações oriundas de seis (6) instituições de dois (2) países, o júri reunido hoje no Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, decidiu, por unanimidade, atribuir o Prémio Vergílio Ferreira a Helena Carvalhão Buescu, “autoridade incontestável dos estudos comparatistas”. O Júri, sublinha que “o alcance do ensaio de Helena Buescu transcende o contexto estritamente académico: a compreensão do mundo e a sabedoria plasmadas nos seus textos ensaísticos, das quais decorrem não apenas o ímpeto pedagógico natural como o olhar humanista inspirador, encontram-se bem patentes”.

O conjunto da obra de Helena C. Buescu e o seu trabalho académico ofereceram e continuam a oferecer um contributo assinalável para o estudo de literaturas e culturas lusófonas em âmbitos que incluem e ultrapassam largamente o contexto nacional. Além da sua obra escrita e do seu trabalho de intervenção académica e cultural, Helena C. Buescu trilhou uma carreira impactante no ensino universitário.

No campo do ensaísmo, Helena Buescu é autora de uma obra vasta e singular, mas marcadamente coesa, cujo mérito mais saliente tem sido, porventura, a consistente releitura dos cânones da literatura portuguesa e lusófona à luz do diálogo com sistemas literários e filosóficos supranacionais, nos quais aquela não pode deixar de participar sem uma perda assinalável de valor e de sentido para ambas as partes.

Helena Carvalhão Buescu publicou doze livros de ensaio, entre os quais: Experiência do Incomum e Boa Vizinhança (2013), Emendar a Morte: Pactos e(m) Literatura (2008), Cristalizações: Fronteiras da Modernidade (2005), O Grande Terramoto de Lisboa: Ficar Diferente (2005) e Chiaroscuro: Modernidade e Literatura (2001). A sua obra mais recente, O Poeta na Cidade: A Literatura Portuguesa na História (2020), ganhou o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

Tal como nas edições anteriores, a cerimónia de entrega do galardão está agendada para 01 de março, data em que se assinala o aniversário da morte do escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), patrono do prémio e autor de “Aparição”.

Na edição referente a 2022, o júri, presidido pelo professor da Universidade de Évora Antonio Sáez Delgado, integra também os docentes universitários Eunice Ribeiro (Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos da Universidade do Minho); Fátima Freitas Morna (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa); Cláudia do Amparo Afonso Teixeira (Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora) e Miguel Filipe Mochila (Crítico Literário).

O Prémio Vergílio Ferreira foi atribuído, pela primeira vez, a Maria Velho da Costa, seguindo-se Maria Judite de Carvalho, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Vítor Manuel de Aguiar e Silva e Agustina Bessa-Luís. Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio, Mário de Carvalho, Luísa Dacosta, Maria Alzira Seixo, José Gil, Hélia Correia, Ofélia Paiva Monteiro, Lídia Jorge, João de Melo, Teolinda Gersão, Gonçalo M. Tavares, Nélida Piñon, Carlos Reis e a escritora Ana Luísa Amaral os outros galardoados.

Fonte: Universidade de Évora

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