As ruas e praças de Arraiolos voltaram a estar engalanadas com os tão conhecidos tapetes desta vila alentejana. Entre 6 e 10 de junho, decorreu mais uma edição do evento “O Tapete está na Rua”, organizado pelo município local, com o apoio da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo.
Durante estes dias, foi possível encontrar no centro histórico diversas bordadeiras a coser, podendo também apreciar-se a recriação histórica do Tapete de Arraiolos. Promover a valorização e salvaguarda deste património que remonta, pelo menos, ao século XVI é um dos principais objetivos da iniciativa.

Exposições, espetáculos musicais, animação de rua, feira do livro e uma mostra de produtos regionais e de artesanato foram alguns dos “ingredientes” deste certame, que contribui para a dinamização da economia do concelho.
Em declarações aos jornalistas, Sílvia Pinto, presidente da Câmara de Arraiolos, destacou que “este é um evento que já está afirmado no concelho e na região, mas que tem sempre uma componente de novidade”.

Nesta edição, salientou os “aviões gigantes” em ponto de Arraiolos expostos na Praça do Município, “concebidos pela artista Susana Cereja, que tem uma exposição no interior do CITA – Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos”.
A autarca deu ainda conta de outra novidade, referindo-se “a um espaço dedicado ao cante alentejano, que designámos como o ‘Canto do Cante’, onde também fizemos um apontamento ao mundo rural”.

Reforçou que “há sempre algo novo a acontecer, sendo que o central é o nosso tapete e a sua valorização”.
Os quase 12 anos como presidente do município não chegaram para ver concretizada a certificação do Tapete de Arraiolos. A esse respeito, Sílvia Pinto recordou que “ninguém quis saber da certificação”, afirmando, contudo, que “nós, em colaboração, com muitas instituições, com as bordadeiras e com as casas de tapetes fizemos muito pelo nosso tapete e só por isso vale a pena”.

Assegurou que “continuaremos, sem dúvida, a lutar por essa certificação que, infelizmente, não está nas nossas mãos, tal como a criação do Centro para a Promoção e Valorização não está só nas nossas mãos”, frisando que “continuaremos a insistir nessa matéria e a fazermos aquilo que pudermos para valorizar o nosso património”.
A autarca insistiu que “é um património que tem de ser defendido e o município tem estado sempre ao lado do Tapete de Arraiolos”, exemplificando com o projeto desenvolvido nas escolas “para que as nossas crianças e os nossos jovens criem uma ligação com o Tapete de Arraiolos”.

Ainda em relação ao evento “O Tapete está na Rua”, Sílvia Pinto garantiu que “o nosso objetivo é mostrarmos não só o nosso património, mas também a gastronomia e todo um outro conjunto de mais-valias que o concelho tem, para que as pessoas voltem mais tarde e visitem Arraiolos”.
Sustentou que “os números que nós temos do CITA mostram efetivamente isso e de ano para ano os números aumentam”, reiterando que “as pessoas gostam de vir a Arraiolos e gostam de voltar, gostam daquilo que Arraiolos proporciona, que é a qualidade de vida aliada a um património e a um bem-estar alentejano”.

Também em declarações à comunicação social, o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, considerou que “este evento é um bom cartaz turístico do Alentejo”, constatando que “tem crescido e tem muito a ver com a simbologia e a representatividade do Tapete de Arraiolos como elemento importante do artesanato e da cultura do Alentejo”.
Na sua perspetiva, “é um evento que atrai sempre muitas pessoas a Arraiolos, que tem esta estrutura urbana muito singular”, constatando ainda que “é uma vila bonita e muito cuidada e que tem oferta de restauração e alojamento de grande qualidade”.

Quanto à certificação do Tapete de Arraiolos, José Santos lembrou que “a ERT sempre se prontificou, e nalguns casos liderou, processos com vista à certificação ou classificação do nosso património, sobretudo no imaterial”.
Como tal, focou que, “se for esse o entendimento do município, estaremos na primeira linha para ajudar no processo, que será importante para economia, para a autoestima de quem vive em Arraiolos e para o turismo da nossa região”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS