São seis dias em que as marionetas voltam a “andar” pelas ruas de Évora, surpreendendo o público “em cada esquina”. Entre hoje e domingo, decorre a 17.ª Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME), organizada pelo Cendrev – Centro Dramático de Évora, com o apoio e a parceria de várias entidades.
Segundo a organização, esta “é a ocasião em que os Bonecos de Santo Aleixo convidam todas as marionetas vivas do mundo a virem conhecer a sua cidade e o público de todas as idades a participar deste encontro”.
Foi em 1987 que aconteceu a primeira edição deste evento, que tem vindo a ganhar expressão ao longo destes anos. Em 2025, está prevista “a participação de 28 companhias, oriundas de 10 países, nomeadamente Brasil, Japão, Chile, Turquia, Chéquia, Espanha, Inglaterra, Itália, Dinamarca e Portugal”, anunciaram os promotores.
Adiantaram ainda que “são 84 artistas que vão apresentar 30 espetáculos diferentes em 15 espaços distintos, num total de 90 sessões”.

Em nota de imprensa, é referido que “a maioria das exibições são no centro histórico de Évora, mas há também noutras freguesias da cidade, bem como noutros locais, como Azaruja, Arraiolos e Reguengos de Monsaraz”.
O Cendrev realçou que “a programação inclui ainda uma exposição em parceria com o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo e o Museu da Marioneta, intitulada ‘A Revolução das Marionetas 1970 – 1980’”.
Como é habitual, está também programado “um Seminário Internacional de Marionetas, em colaboração com o CHAIA – Centro de História de Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora, a par de oficinas para as escolas”, acrescentou a mesma fonte.
Apontou ainda que “a maioria dos espetáculos tem entrada livre, sendo pagos apenas os que acontecem no Teatro Garcia de Resende”.

Em conferência de imprensa, a direção artística da BIME, a cargo de Ana Meira e José Russo, e a direção de produção da BIME, da responsabilidade de Patrícia Hortinhas, deram a conhecer mais pormenores sobre esta edição.
“Évora é uma cidade que tem características e condições absolutamente extraordinárias para acolher um festival desta natureza”, evidenciou José Russo, que é também diretor do Cendrev, sublinhando que “temos grandes espetáculos de sala, mas também muitos espetáculos na rua”. A esse nível, lembrou “a presença das escolas em muitas dessas sessões”.
Na sua opinião, “este universo do teatro de marionetas facilita muito esta relação com os públicos lá onde eles estão, nos largos, na praça, no mercado ou no jardim”.
O mesmo responsável reforçou que “tem esta grande valia de poderem comunicar com o espetador nos mais diversos sítios, embora haja outros espetáculos que precisem de uma sala, como é o caso dos espetáculos de sombra”.

Focou também que “a BIME atrai públicos da cidade, mas também de fora, incluindo de Espanha”, constatando que “a Bienal foi-se afirmando como um evento do calendário cultural da cidade”.
De acordo com José Russo, o orçamento da BIME é de “cerca de 170 mil euros, sendo metade do investimento feito pela Câmara de Évora e a outra metade pelo Ministério da Cultura, além de outros pequenos apoios e da receita de bilheteira”.
Salientou também que “há já muitas companhias que querem participar na BIME”, reiterando que, “pela dimensão da cidade, aqui os artistas estão em contacto permanente com o público e isso faz da nossa Bienal, como outros festivais de marionetas, uma condição extraordinária”, apontando também “a troca de experiências entre as companhias”.
Para Ana Meira, “esta é uma festa da cidade, dos artistas e dos bonecos, é quase um sonho, é virem para uma festa e aproveitarem o máximo”, frisando que “os espetáculos são sempre diferentes, mas marionetas são marionetas, é a magia”.
Além dos espetáculos integrados na BIME que acontecem noutros pontos do distrito de Évora, a mesma responsável deu conta de que “tivemos solicitações para que companhias que vêm à nossa Bienal também participassem em eventos noutras localidades, como Coimbra, Espinho, Lisboa e Serpa”.
Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal