Especialistas dos setores público e privado, mas também da academia juntaram-se na Universidade de Évora (UÉ) para debater o tema do desenvolvimento regional, no passado dia 8 de maio.
O antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, e o empresário José Roquette foram dois dos oradores presentes, a par de Tiago Teotónio Pereira, vogal executivo do Programa Regional do Alentejo 2030, e de Saudade Baltazar, professora da UÉ.
Em declarações aos jornalistas, as professoras Noémi Marujo e Susana Cró, coordenadoras da conferência, explicaram a importância desta iniciativa.

De acordo com Susana Cró, “tendo em conta a sua experiência e sabendo que é uma pessoa muito ativa, atenta à nossa realidade e que gosta de partilhar conhecimento, surgiu a oportunidade de convidar Alberto João Jardim, que muito amavelmente aceitou e disponibilizou-se para vir desde a Madeira até ao Alentejo”.
Por sua vez, Noémi Marujo destacou que “com esta conferência pretendeu-se abordar de uma forma geral o desenvolvimento regional, através de um estudo de caso da ilha da Madeira e de uma mesa redonda”, sustentando que “sem desenvolvimento regional as regiões não crescem”.

Realçou que “trouxemos esta conferência para a academia, não só para o processo de aprendizagem dos nossos alunos, mas para todos os que participaram, no sentido de recolhermos ideias e posições que possam ajudar ao desenvolvimento regional do Alentejo, mas não só”.
As professoras adiantaram ainda que a conferência foi organizada pelos alunos da unidade curricular de Planeamento de Eventos e Animação Turística, dos cursos de Turismo e de Línguas e Literaturas, bem como pelo CEFAGE e IIFA.

Alberto João Jardim: “A regionalização é fundamental para qualquer desenvolvimento”
“A regionalização é fundamental para qualquer desenvolvimento”. Esta foi uma das ideias defendidas por Alberto João Jardim durante a conferência. À margem do evento, acrescentou que “pode haver desenvolvimento sem regionalização, mas com regionalização há mais desenvolvimento porque são os próprios beneficiários da regionalização que vão fazer as suas opções”.
O antigo presidente do Governo Regional da Madeira referiu também que “o desenvolvimento não é meramente económico, mas também social, cultural e ambiental”.

Na sua opinião, “ao Alentejo, falta ter um Governo próprio e definidas claramente quais as competências do Estado e quais as competências da região”.
Alberto João Jardim disse ainda que “espero que Portugal um dia seja como a Espanha, com as suas regiões”, argumentando que “um Estado Regional faz forte o Governo Central e é isso que os governos centrais ainda não perceberam”.
Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal