O Centro de Apoio à Vida Independente (CAVI) da APPACDM de Évora e a Associação Ser Mulher promoveram o seminário: “Retrato de Mulheres com Deficiência: Perspetivas e Desafios”.

A iniciativa decorreu em Évora, no dia 9 deste mês, e contou com a participação de especialistas nesta área, mas também com o testemunho de mulheres com deficiência, proporcionando a reflexão e a partilha de conhecimentos. Foi ainda assinado um protocolo entre a APPACDM de Évora e a Associação Ser Mulher.

À margem da sessão, Rosa Moreira, presidente da Direção da APPACDM de Évora, explicou que “este seminário surgiu da ideia de fazer uma exposição um pouco diferente e que foi inaugurada neste dia”, referindo-se “a uma exposição da fotógrafa Di Barros, que mostra o lado mais sensual das mulheres, retirando o lado da pessoa com deficiência”.

Acrescentou que “as modelos são mulheres com deficiência que quiseram participar e foram elas próprias que escolheram as fotografias que queriam mostrar à comunidade”.

De acordo com Rosa Moreira, “juntámo-nos à Associação Ser Mulher e acabámos por fazer um evento mais alargado, que foi este seminário, no qual, para além desta ideia de mostrar a arte e o lado emocional das fotografias, também aliámos esta reflexão sobre a problemática da dupla discriminação da mulher com deficiência em várias áreas, ao nível do emprego, educação, participação na sociedade, cultura ou desporto”.

Destacou ainda a importância “do testemunho destas mulheres porque não há inclusão se elas não disserem realmente aquilo que pensam, sentem e vivem no dia-a-dia”.

Por sua vez, Ana Beatriz Cardoso, coordenadora da Associação Ser Mulher, revelou que “há mais de um ano que havia a ideia de fazermos um protocolo de colaboração entre as duas entidades”.

Esclareceu que, “por um lado, visa assegurar que a equipa da APPACDM recebe formação sobre a área da violência doméstica; por outro lado, também a Ser Mulher recebe formação sobre a deficiência”.

A mesma responsável adiantou que “através deste protocolo também vamos assegurar apoio a pessoas que tenham deficiência e que sejam vítimas de violência doméstica, nas instalações da APPACDM”, reforçando que “a APPACDM assegura-nos instalações que cumprem com todos os requisitos de acessibilidade, que é não só arquitetónica, mas também em termos de comunicação, por exemplo”.

Além disso, o protocolo prevê ainda “ações de sensibilização junto das pessoas que são apoiadas pela APPACDM, mostrando-lhes, por exemplo, que certas situações que vivem não são normais, mas sim episódios de violência”, realçou.

O diretor do Centro Distrital de Évora da Segurança Social (SS), Nuno Alas, também esteve presente no seminário e evidenciou a importância de um evento como este.

Em declarações ao Diário do Sul, disse ainda que “a SS tem protocolos de cooperação na área da deficiência em diversas valências, nomeadamente no apoio à vida independente, mas também para financiamento de residências para quem não tem família, por exemplo”.

Relativamente à Ser Mulher, Nuno Alas recordou que “é a única associação do distrito de Évora com a qual nós trabalhamos na área da violência contra as mulheres, através do financiamento das casas abrigo, na sequência da identificação de mulheres que são vítimas de violência”.

Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal

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