Foi num cenário um pouco diferente do habitual que decorreu a primeira campanha de recolha de sangue promovida pelos alunos do Curso Técnico de Apoio Psicossocial da Escola Secundária Severim de Faria (ESSF) e pela turma M3A da Escola Básica de São Mamede, ambas situadas em Évora.
A iniciativa “Gotas de Esperança” decorreu no dia 7 de março e teve como espaço a Escola de São Mamede, contando ainda com a parceria do Serviço de Imunohemoterapia do Hospital de Évora.
Segundo os promotores, o objetivo foi “reforçar as reservas de sangue no hospital da região e mobilizar a comunidade para este gesto solidário”, visando ainda “sensibilizar as novas gerações para a sua importância”.

Em declarações aos jornalistas, Diana Valadas, aluna do 2.º ano do Curso Técnico de Apoio Psicossocial e responsável pelo Núcleo de Voluntariado Jovem da ESSF, salientou que “creio que a comunidade escolar não está desperta para esta problemática da falta de sangue, pelo que decidimos trazer esta ação para o meio escolar para sensibilizar as crianças desde cedo e para que quando tiverem idade deem sangue”.
Acrescentou que “esse foi um dos motivos para os meninos do 1.º ciclo fazerem parte da campanha e serem também um dos promotores, ajudando assim a consciencializar para a importância da dádiva de sangue”.
A mesma aluna especificou que “o núcleo participou porque esta foi uma ação de voluntariado e porque queremos que faça parte das suas atividades, dando-lhe continuidade para que aconteça de forma mais regular e para tornar os dadores mais assíduos”.

Na sua perspetiva, “as pessoas aderem mais quando há este tipo de iniciativas, mas com regularidade é mais escasso”.
Diana Valadas destacou também que “esta foi a primeira campanha do género que fizemos”, afirmando que “correu bem e tivemos cerca de 20 pessoas”.
Inês Ferreira, de 25 anos, foi uma dadoras de sangue desta campanha, sendo esta a primeira vez que o fez. No final, contou como tomou a decisão.

“Sou aluna do curso de Educação Básica da Universidade de Évora e faço parte do Centro UNESCO Aldeia das Ciências”, referiu, explicando que “aderi porque a associação tem uma parceria com o Curso Técnico de Apoio Psicossocial e acabei por ter estado envolvida nesta campanha”.
A jovem confessou que “já sabia mais ou menos como era o processo, mas estava um pouco receosa por acontecer alguma coisa de mal, mas foi tudo tranquilo e seguro”.
Na sua opinião, “foi uma experiência diferente e acho que vale a pena darmos sangue e contribuirmos para o bem”, adiantando que “quero continuar a dar sangue e queremos que esta campanha seja anual”.
Por sua vez, João Almeida, médico do Serviço de Imunohemoterapia do Hospital de Évora, evidenciou o contributo destas campanhas.

“As brigadas que fazemos regularmente fora do serviço de Imunohemoterapia do Hospital de Évora são importantes porque é uma forma de dinamizar a dádiva de sangue e a adesão à dádiva”, salientou, reiterando que “permite que não sejamos nós à espera do dador que apareça no serviço, mas promover este encontro mais facilmente e a adesão do dador à dádiva de sangue”.
Para o mesmo médico, “aqui na escola, de uma forma muito particular, também é uma forma de termos mais primeiras vezes e mais adesão de aqueles que não conhecem a dádiva de sangue e que não estão sensibilizados”.
Focou ainda que “também permite sensibilizar os mais novos para que se possam tornar nos potenciais dadores de amanhã”.
Questionado sobre as atuais reservas de sangue neste hospital, João Almeida revelou que “o período a seguir ao Natal é sempre de carência, mas nas últimas semanas, desde meados de fevereiro, temos tido bons números de colheitas”, frisando que “temos de ter sempre em atenção que não queremos uma excessiva mobilização para não haver unidades de sangue desperdiçadas”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: ESSF