OPINIÃO por João Palmeiro • Promotor e Divulgador Cultural

O mês de janeiro 2025 viveu o arranque da primeira Capital Europeia da Cultura do ano, a cidade de Chemnitz na Saxónia, Alemanha, no passado dia 18, e no dia 8 de fevereiro a festa começou nas cidades gémeas Gorizia (Itália) e Nova Gorica (Eslovénia), separadas por uma imaginária linha que agora une pela Cultura a partilhada praça central.

Mas os ecos de 2024 ainda se não extinguiram.

Quando as capitais culturais de 2024 Bodø (Noruega), Tartu (Estónia) e Salzkammergut (Áustria) criaram algo em conjunto, o resultado foi: “Village Party”: Uma exploração lúdica dos estereótipos das festas de aldeia.

Há festivais de aldeias na Áustria, Estónia e Noruega – mas são bastante diferentes. “Village Party” é, portanto, uma amálgama, uma associação através da dança folclórica e da música popular.

O interessante sobre o tema da “festa da aldeia” é que pode significar qualquer coisa, desde conflito até celebração e alegria. Poderia, por exemplo, ser um lugar onde alguém teve o coração partido e, ao mesmo tempo, é um lugar onde nos divertimos com os outros. Às vezes pode haver conflitos, mas outras vezes basta dançar e brincar juntos – e depois é divertido.

A performance foi criada para o Bodø2024, e depois de três apresentações em Bodø, visitou o Riksscenen em Oslo antes de integrar o programa da capital da cultura na Estónia (Tartu2024) e na Áustria (Salzkammergut2024).

Mas 2024 começou para estas cidades Capitais Europeias da Cultura com uma chama para a cultura e um futuro comum!

Desde 1985, quando Atenas foi designada como a primeira Capital Europeia da Cultura por iniciativa de Melina Mercouri, antiga ministra grega da Cultura, juntamente com o seu homólogo francês, Jack Lang, mais de 60 cidades em toda a União Europeia receberam o título. O objetivo foi aproximar os cidadãos europeus, realçando a riqueza e a diversidade das culturas europeias e sensibilizando os para a sua história e valores comuns.

As Capitais Europeias da Cultura colaboram, aproximando pessoas e culturas. Assim foi o caso das Cidades de 2024. Para reforçar esta cooperação e sublinhar a importância de celebrar a cultura – o nosso direito fundamental comum e pilar do modo de vida europeu – realizou-se no início de 2024 em Atenas, na Grécia, uma cerimónia oficial de entrega como uma oportunidade para ser reafirmado o significado e o propósito das Capitais Europeias da Cultura e a experiência única que se seguiu.

As Entregas Oficiais dos títulos de Capitais Europeias da Cultura, foram simbolicamente incorporadas na história da Europa através duma escultura de vidro, pela escultora luxemburguesa Pascale Seil (“Made by Seil”), uma estrutura circular lembrando o poder e o infinito, uma transparência de vidro e leveza colorida pela diversidade e coesão da UNIDADE PARA A EUROPA.

A escultura foi inspirada numa famosa história da mitologia grega, o rapto da filha do rei Agenor, a donzela fenícia “Europa”, à qual o continente deve o seu nome. O mito de Europa, que apaixonou Zeus, o rei de todos os deuses do Olimpo, com a sua beleza e graça impressionantes, inspirou muitos escritores, historiadores, pintores e políticos europeus ao longo dos séculos. A ninfa Europa também inspirou o artista luxemburguês Pascale Seil a criar “O Touro”. Baseado na mitologia grega, Zeus metamorfoseou-se num touro branco para escapar à raiva de sua esposa Hera. Raptou Europa e levou-a para a ilha de Creta, onde revelou a sua verdadeira identidade e a engravidou.

Europa deu à luz Minos, que se tornaria rei de Creta.

Os chifres de “O Touro” representam o poder; o círculo, que carrega os chifres do touro, representa a solenidade e o infinito. A escultura foi construída com 47 camadas de vidro colorido, cada uma representando um dos países europeus. Evoca transparência e leveza, bem como movimento através da torção das camadas coloridas. As cores da Europa – azul e amarelo (dourado) – dominam. A história, as formas e as cores de todas as diferentes camadas simbolizam a Europa como um corpo unificado composto por identidades e peculiaridades individuais.

Edição e adaptação de João Palmeiro com ECOnews
Fotos de João Palmeiro

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