O “PNS em Movimento” foi o tema escolhido para o programa de novembro da Rádio Telefonia do Alentejo feito em parceria com a Unidade de Saúde Pública (USP) do Alentejo Central.
O evento foi destacado em diferentes perspetivas pela médica especialista em Saúde Pública (SP), Vera Leal Pessoa; pela médica interna de SP, Patrícia Correia Rico; e pela médica interna de Formação Geral, Maria de Belém Coelho.
A conversa começou por dar conta do que é esta iniciativa. “O ‘PNS em Movimento’ procura levar o Plano Nacional de Saúde 2030 ao encontro das pessoas”, referiu Patrícia Correia Rico.
Acrescentou que “o Plano Nacional de Saúde (PNS) 2021-2030 é um projeto de uma década que está alinhado com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, tendo a ambição de promover a saúde numa abordagem que não a isole e, por isso, orienta e facilita a construção de um compromisso social no sentido da melhoria do estado da saúde da população”.
A médica interna de SP explicou ainda que “o ‘PNS em Movimento’ é uma iniciativa com roteiro de norte a sul do continente, que ambicionou fazer uma paragem em cinco cidades, nomeadamente Leiria, Bragança, Almada, Évora e Lagos”.
Destacou ainda que “o PNS 2030 é um documento nacional e, portanto, ambicioso, mas que também depende das ‘implementações’ que são feitas nos níveis locais do país, considerando os desafios e potenciais soluções específicos, neste caso, do Alentejo Central”.
Quanto ao tema geral do “PNS em Movimento Évora”, realizado no dia 25 de novembro, Vera Leal Pessoa recordou que foi “Acesso a Cuidados de Saúde de Qualidade”.
Especificou ainda que “a iniciativa, de caráter regional, foi organizada pela Direção-Geral da Saúde, especificamente pela Equipa do PNS 2021-2030, e pela USP da Unidade Local de Saúde do Alentejo Central, tendo decorrido no auditório da Universidade de Évora e contado com a presença de cerca de 110 participantes”.
A mesma médica revelou que “a USP do Alentejo Central organizou uma sessão centralizada nas necessidades e expectativas de saúde, bem como na melhoria da saúde e bem-estar das pessoas e das populações”.

Vera Leal Pessoa deixou também a sua opinião sobre o mote do evento, que é “PNS em Movimento: Ao Encontro das Pessoas em Portugal”, considerando que “para a obtenção de ganhos em saúde / para a obtenção de uma saúde sustentável é fundamental o envolvimento de todos os níveis de prestação de cuidados”.
Relativamente à temática tratada em Évora, frisou que “é importante garantir a qualidade dos serviços de saúde prestados, mas mais importante será garantir à priori o acesso equitativo aos cuidados de saúde, não deixando ninguém para trás e minimizando as desigualdades em saúde”.
A médica especialista em SP focou que “muitas foram as estratégias elencadas durante o evento, mas é necessário passarmos da intenção para a ação”, alertando que “é preciso planear e desenhar estratégias, mas mais preciso ainda é que haja financiamento para implementar as estratégias definidas”.
Por sua vez, Patrícia Correia Rica também partilhou a sua perspetiva sobre a sessão, comentando que “quisemos deixar a mensagem de que o bem-estar de cada um, desde as gerações do presente e até às gerações do futuro, é mais fácil de alcançar com o envolvimento de todos”.
Na sua ótica, “enquanto sociedade somos responsáveis por desempenhar um papel ativo na promoção da saúde das pessoas de uma forma que não deixe ninguém para trás e que proteja o planeta em que vivemos”, lembrando também que “todos beneficiamos de um Alentejo Central (e de um país) com mais saúde e bem-estar”.
Na perspetiva de um Interno de Formação Geral, Maria de Belém Coelho comentou que “foi um evento bem estruturado e útil para compreender melhor o PNS 2030 no global e nas diferentes áreas de ação que este abrange”.
Acrescentou ainda que “foi realizada uma explanação clara dos pontos-chave do PNS e reforçada a necessidade de interligação dos diferentes setores”, apontando que “esta questão é, sem dúvida, uma parte essencial para o sucesso da implementação e sucesso do projeto”.
Maria de Belém Coelho evidenciou também que “a participação e intervenção de profissionais de diferentes setores possibilitou uma abordagem abrangente da aplicabilidade do PNS, bem como dos pontos passíveis de serem melhorados”.
Concluiu que, “no geral, existiram abordagens diversificadas que demonstram a expansibilidade e adaptabilidade do PNS 2030 a nível mais regional e local, bem como a diferentes grupos populacionais”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS