Teatro, música, dança ou circo. Estas são algumas das propostas que fazem parte da programação para 2025 do Teatro Garcia de Resende (TGR), em Évora.

A apresentação do programa anual para este equipamento foi feita no dia 10 de dezembro, pela Câmara de Évora e pelo Centro Dramático de Évora (Cendrev), a companhia residente do TGR.

Em 2025, o Cendrev vai assinalar 50 anos da sua existência, o que marca de certa forma essa programação, sem esquecer que também vai haver Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME), mais um momento marcante na atividade cultural da cidade.

Em nota de imprensa, é referido que “graças ao apoio conjunto da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses/Direção-Geral das Artes e da Câmara Municipal de Évora, o Cendrev encontra-se a gerir a programação do TGR, que foi cuidadosamente desenhada para celebrar não apenas o trabalho artístico, mas também os valores fundamentais de liberdade que têm marcado a estrutura desde a sua origem”.

Cerca de 60 espetáculos fazem parte das propostas para 2025. A esses, acrescem as iniciativas específicas dos diferentes eventos que integram a programação. Exemplo disso são a BIME, o FIDANC ou o Encontro de Teatro Ibérico.

Durante a sessão de apresentação, José Russo, diretor do Cendrev, recordou que “esta programação só é possível porque há um compromisso do Ministério da Cultura, por um lado, e da Câmara de Évora, por outro, que representa um financiamento de 400 mil euros no total”.

Especificou que “são os 200 mil euros do Ministério da Cultura (através da Direção-Geral das Artes) e mais os 200 mil euros da Câmara de Évora que tornam possível organizarmos este conjunto de programação”, lembrando que “este é o último ano deste contrato de quatro anos, que esperamos que se renove”.

À margem do evento, José Russo disse aos jornalistas que “no ano do cinquentenário vamos estar à volta de Shakespeare e vamos fazer o Sonho de Uma Noite de Verão na segunda metade do ano”.

A par disso, revelou que “estamos agora a trabalhar num projeto escrito por um amigo francês (Fabrice Melquiot), que vive em Évora e que é dramaturgo e encenador, em que vamos abordar um texto seu, ‘João Cabral Encena Otelo’”, estando em cena no TGR, entre 20 de fevereiro e 16 de março.

Segundo José Russo, “queremos assinalar os 50 anos do Cendrev com uma pequena festa à porta do TGR e vamos tentar fazê-la já em janeiro porque é esse o mês do aniversário”.

Anunciou ainda que “gostávamos muito de fazer uma exposição dos 50 anos do Cendrev e editar um catálogo a esse respeito”, reiterando que “vamos ver se é possível fazê-lo no próximo ano”.

O diretor do Cendrev destacou que, “naturalmente, a BIME soma-se a esta programação com a importância que este evento tem”, realçando que “com um conjunto de companhias que vêm de vários pontos do mundo, a BIME é sempre um momento importante da programação”.

Deu ainda conta de que “as parcerias também já são habituais e há a abertura a outros agentes regionais e locais, que têm participado na programação”.

Relativamente ao financiamento, José Russo salientou que “é importante ter continuidade, sem ela a programação do TGR volta para trás”, reforçando que “não conseguimos garantir este quadro de programação sem um financiamento”.

A esse respeito, Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de Évora, constatou que “quando passamos de uma situação de programação pontual para uma situação de programação regular, em que nós no final do ano podemos apontar a programação para o próximo ano, isto significa que estamos a dizer às pessoas que estamos a dar uma programação de qualidade e que há aqui um caminho que estamos a seguir, que as envolve a elas e que propõe coisas muito diversas”.

Na sua perspetiva, “isso não é possível fazer-se com irregularidade”, considerando que “com esta programação nós demos um salto qualitativo a este nível e agora não podemos voltar para trás”.

O autarca focou que “temos de garantir que este trabalho continua, eu diria até que tem de ser reforçado”, comentando que “quando for a Capital Europeia da Cultura, o Cendrev e o TGR têm de ter um papel marcante a esse nível e temos de ter uma programação ainda mais exigente, se calhar mais internacional”.

Afirmou ainda que “esta cooperação é fundamental, sendo este um investimento na cidadania, numa sociedade melhor e no futuro de Évora e do Alentejo porque a cultura é um elo essencial do nosso desenvolvimento e do desenvolvimento de cada pessoa”.

Em relação aos 50 anos do Cendrev, Carlos Pinto de Sá relembrou que este é um projeto “único de descentralização cultural que existiu em Portugal”, admitindo que “esta questão da descentralização cultural não foi unânime e foi necessária uma persistência muito grande por parte do Cendrev, com o apoio de todos, para se conseguir garantir esta situação”.

Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal

Secção de comentários fechada.

Veja também

“Carta ao Corpo que Luta” de São Castro em Évora

Dia 20 de dezembro de 2024, às 19h00 no Teatro Garcia de Resende em Évora …