São 80 sacos, cada um com sete quilos, e representam a mais de meia tonelada de lixo que cada habitante do distrito de Évora (exceto os municípios de Portel e Viana do Alentejo) produziu, em média, no ano passado.
Esta instalação de rua, de caráter itinerante, é uma iniciativa da Gesamb, a entidade responsável pela gestão dos resíduos urbanos em conjunto com os municípios de Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Vila Viçosa.
A primeira paragem desta ação foi em Évora, onde a instalação foi colocada na Praça 1.º de Maio, ficando aí exposta entre 19 e 28 de novembro.
O projeto denomina-se “O Seu Lixo para Toda a Gente Ver”, explicando Gilda Matos, técnica superior de Ambiente da Gesamb, que “esta instalação foi pensada para assinalar a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, celebrada entre 16 e 24 de novembro, e tenta mostrar às pessoas a quantidade de lixo que cada um de nós aqui na região produz por ano”.
Adiantou que “estamos a falar de uma média de 570 quilos de lixo que cada um dos habitantes do distrito de Évora (exceto municípios de Portel e Viana do Alentejo) produz por ano”, acrescentando a Gesamb que “para representar o lixo produzido por toda essa população seria necessário expor 11,5 milhões de sacos”.
Depois de Évora, “esta instalação vai passar pelos outros 11 municípios do distrito de Évora que integram a Gesamb”, referiu Gilda Matos, revelando que “à partida será no início do próximo ano que iremos circular pelos outros concelhos”.
Focou ainda que, “para além de mostrarmos que produzimos muito lixo, também queremos destacar o facto de ainda reciclarmos muito pouco do que poderíamos reciclar, daí termos aqui sacos com diferentes cores que representam as outras frações de materiais que não deveriam de estar no lixo indiferenciado, mas sim nos ecopontos ou nos contentores de resíduos orgânicos, que podem ser valorizados”.
Por sua vez, a presidente do Conselho de Administração da Gesamb, Sílvia Pinto, sublinhou que “para nós é extremamente relevante sensibilizar as populações para esta questão da importância da separação dos resíduos”.
Reiterou que “parece-nos que através das escolas já começa a passar a mensagem, mas a verdade é que isso ainda não se reflete efetivamente nos números que deveríamos ter neste momento”.
A esse respeito, recordou que, “até 2030, temos de triplicar a quantidade de reciclagem que fazemos, portanto fica aqui um apelo, ao olharmos para este monte de sacos, para pensarmos bem no que fazemos em casa, na quantidade de lixo que se produz, o que é que não se separa, o que é que poderíamos separar e de que forma é que podemos consumir para termos menos lixo”.
Na sua opinião, “é importante que não fique aquela mensagem de que ‘acabei de colocar o lixo no contentor ou vieram buscá-lo à minha porta e agora já não quero saber mais disso’”, constatando que “é importante que se ultrapasse essa barreira e que se queira saber efetivamente o que é que acontece a seguir”.
Sílvia Pinto, que é também presidente da Câmara de Arraiolos, lembrou que “há um aterro que tem fim e, acima de tudo, há um planeta Terra que também não é infinito, pelo que temos de cuidar dele”.
Pode ver a reportagem vídeo no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=baOP3JwrU5w&t=14s
Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal