É no Complexo Ramalho Barahona, em Évora, que se encontra o Espaço IN. Inaugurado no dia 15 de novembro, esta é uma nova resposta social para as pessoas em situação de sem-abrigo, sendo também a sede do projeto InVisibilidade 2.0.

Financiado no âmbito do Programa Alentejo 2030, este projeto é um consórcio entre três instituições. A Santa Casa da Misericórdia de Évora é a entidade coordenadora, havendo dois parceiros, que são a Associação Pão e Paz e o Centro Humanitário de Évora da Cruz Vermelha Portuguesa.

Segundo os promotores, “o principal objetivo do InVisibilidade 2.0 é recorrer a abordagens locais inovadoras de desenvolvimento social e de promoção das estratégias locais de inclusão ativa, que prossigam os objetivos das políticas de integração das pessoas em situação de sem-abrigo e de combate à pobreza”.

Em declarações ao Diário do Sul, Luís Gamito, coordenador do InVisibilidade 2.0, começou por explicar que “este novo espaço é o chamado ‘drop in’, ou seja, é a sede do projeto, que está aberto de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 12h00 e das 14h30 às 17h00”.

Recordou ainda que “já houve uma primeira edição, o InVisibilidade, e uma das grandes lacunas desse projeto era não termos uma sede física, nem um espaço de trabalho, inclusive de competências com as próprias pessoas”, constatando que “este foi um grande ganho que esta nova edição teve”.

O mesmo responsável adiantou que “o InVisibilidade 2.0 é uma equipa técnica de rua, que trabalha com pessoas em situação de sem-abrigo ou em risco de situação de sem-abrigo”.

Quanto ao Espaço IN, focou que, “para além de ser uma sede de trabalho, essas pessoas podem vir aqui tomar uma refeição ligeira, um banho de SOS, fazer alguns curativos ou receber cuidados de enfermagem”.

De acordo com Luís Gamito, “também temos um posto de acesso à internet e decorrem aqui ateliers ocupacionais e até de capacitação das próprias pessoas”, considerando que “é um espaço multidisciplinar”.

Deu ainda conta de que “o InVisibilidade, que também juntava as mesmas entidades, decorreu entre 2022 e o final de 2023”, lamentando que “depois houve um espaço temporal sem projeto, o que trouxe dificuldades acrescidas às pessoas nesta condição”.

O coordenador especificou também que “o InVisibilidade 2.0 teve início em setembro deste ano e vai até ao final de 2026”.

A par disso, revelou que, “desde janeiro até agora, temos cerca de 100 pessoas sinalizadas para o projeto e em acompanhamento sistemático temos 30 a 40 pessoas”.

Luís Gamito esclareceu também que “temos a abrangência do concelho de Évora, mas este número (100 pessoas) concentra-se sobretudo na zona da cidade”, reiterando que “falamos não só de pessoas que estão a viver na rua, mas também daquelas que estão a viver em casas ocupadas ou em abrigos de emergência”.

Em relação ao trabalho desenvolvido no âmbito do InVisibilidade 2.0, referiu que “fazemos rondas noturnas todas as terças-feiras, ou sempre que houver necessidade, e fazemos também rondas diurnas”, exemplificando que “acompanhamos ainda essas pessoas a serviços ou cuidados médicos”.

Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal

Secção de comentários fechada.

Veja também

Moura: PESIM avança para uma segunda edição

A Câmara Municipal de Moura está a desenvolver a segunda edição do projeto PESIM – Plano E…