Consulta de Doença Aguda. Esta resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode ser uma das soluções em caso de doença, estando disponível todos os dias nos diferentes concelhos do distrito de Évora, reforçando assim a proximidade com os utentes.

De acordo com a informação sobre este serviço, esta é “uma consulta de atendimento para utentes que apresentam doença aguda e que, em tempo útil, não consigam ser atendidos pelo seu próprio médico de família”, referindo ainda que “a consulta é marcada presencialmente na unidade de saúde de cada utente e o seu atendimento será por ordem de chegada”.

Em entrevista ao Diário do Sul, Nuno Jacinto, diretor clínico dos cuidados de saúde primários da Unidade Local de Saúde (ULS) do Alentejo Central, explicou para que serve esta resposta e em que situações deve ser procurada.

“A Consulta de Doença Aguda é algo que já existe há muitos anos, quase desde sempre nas USF (Unidades de Saúde Familiar) e nas UCSP (Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados) do distrito de Évora”, referiu.

O mesmo médico esclareceu que “é uma consulta que serve para quando temos uma situação de doença aguda não urgente e não emergente para podermos recorrer a ela na nossa unidade de saúde, onde estamos inscritos”.

O objetivo é “podermos ter uma resposta não direi imediata, mas em tempo adequado, naquelas horas, no próprio dia ou no dia seguinte, de modo a que consigamos ter orientação e ser devidamente medicados e acompanhados para a situação de doença que temos”, adiantou ainda.

De acordo com Nuno Jacinto, “esta consulta serve para situações de doença ligeira”, exemplificando com “uma febre há dois ou três dias que não passa; náuseas ou vómitos também com alguns dias de evolução que não resolvem; um quadro respiratório com o pingo no nariz, dor de garganta e tosse também com alguns dias que não resolve, que necessita de uma observação médica e que não conseguiu ser ultrapassado com aqueles tratamentos caseiros ou os autocuidados”.

No entanto, alertou que “não serve para situações de urgência e emergência, como suspeita de enfarte ou de AVC, após um traumatismo ou acidente grave”, realçando que “aí deveremos ativar o 112 e certamente seremos encaminhados para o serviço de urgência hospitalar”.

O diretor clínico dos cuidados de saúde primários da ULS do Alentejo Central destacou ainda que “é uma consulta para situações de doença que surgiram há dois, três dias e que não conseguimos nesse período, em tempo útil, sermos atendidos pelo nosso médico de família”, recordando que “a preferência é sempre que sejamos atendidos pelo nosso próprio médico de família, quando o temos, e felizmente no nosso distrito a esmagadora maioria da população tem médico de família atribuído”.

Contudo, “em casos de ausência ou da agenda já estar cheia existe sempre esta solução”, reforçou.

Segundo o mesmo médico, “de todas as maneiras, esta consulta não serve para outras coisas que não esta doença aguda”, apontando que “não serve para renovar baixa, para a emissão de atestados de carta de condição, para mostrar exames ou renovar receitas crónicas”.

Disponível em todos os concelhos do distrito de Évora

Evidenciou também que “a Consulta de Doença Aguda está disponível em todos os concelhos do distrito de Évora, sendo os horários variáveis de acordo com as unidades e ajustados à realidade local”, recordando que “para além da urgência hospitalar (Évora) e desta consulta nos cuidados primários, ainda temos atendimento 24 horas em Estremoz, Montemor-o-Novo e Vendas Novas”.

Nesta entrevista, Nuno Jacinto lembrou ainda que “mesmo o acesso para a Consulta de Doença Aguda idealmente deve ser precedido por um contacto com o SNS 24, porque esta linha, logo à partida, poderá ajudar-nos a perceber se efetivamente se trata de uma situação que deve ser vista no centro de saúde, se é algo que ainda pode esperar mais algum tempo e reforçar esta ideia dos autocuidados; ou, no extremo oposto, se é uma situação que parece ter uma maior gravidade, que até pode ter indicação para ir diretamente para o serviço de urgência e até serem ativados outros meios”.

Constatou que “o SNS 24 vai ter essa capacidade de orientar para o melhor sítio e para o melhor nível de cuidados em cada uma das situações”.

A par disso, o mesmo responsável apresentou outro cenário. “Imaginemos que o SNS 24 encaminha para o centro de saúde ou que o utente vai lá diretamente, se se verificar depois, aquando da observação, que é uma situação de maior complexidade e gravidade, também pode haver, e haverá certamente, esse envio ao serviço de urgência, a partir do centro de saúde”, comentando que “será já um envio referenciado com informação clínica, o que ajudará a priorizar o atendimento no serviço de urgência e facilitará também o trabalho a quem atender na urgência hospitalar”.

Na opinião de Nuno Jacinto, conhecer os diferentes tipos de respostas permite “ao utente utilizar com maior proximidade e até com maior rapidez o recurso adequado à sua situação e permite menor tempos de espera, um atendimento mais personalizado e que aquela situação seja resolvida de uma forma mais adequada e mais eficaz para aquele caso”.

Sublinhou também que, “para o sistema de saúde, e para todos nós, é importante que cada recurso seja usado quando dele precisamos, ou seja, se nós não queremos que a urgência esteja cheia de pessoas que têm situações menos graves quando nós temos de ser atendidos por uma situação urgente ou emergente, como um acidente, um enfarte ou AVC, é bom que os profissionais que lá estão estejam disponíveis para atender essas situações e não tenham o seu tempo ocupado com outros casos, que precisando de observação, devem ser orientados para outros locais”.

O médico deixou ainda claro que “não se diz aqui que as pessoas têm algum acesso vedado ou que não devem ser observadas, é sim uma questão de utilizarmos adequadamente os recursos que temos, que não são infinitos, e mesmo que fossem, nós não devemos ser todos observados num serviço de urgência hospitalar”, avançando que, “até por uma questão de segurança de cada um de nós, devemos procurar resguardarmo-nos, bem como utilizar os serviços de saúde da melhor forma para que o sistema também funcione melhor”.

Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: ULS do Alentejo Central

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