Passaram 465 anos desde que a Universidade Jesuíta foi fundada em Évora. É a 1 de novembro que se assinala esta data, continuando a ser comemorada pela atual Universidade de Évora (UÉ).

Este ano, realizou-se mais uma vez a habitual sessão solene, que fica marcada pelo cortejo académico e pelos discursos de diferentes representantes da UÉ, tendo a intervenção do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, encerrado a cerimónia.

Outros momentos simbólicos foram a imposição das insígnias doutorais aos mais recentes doutores, a atribuição de títulos de Professor Emérito e a entrega de distinções a estudantes e antigos estudantes, nomeadamente do Prémio Carreira Alumni, cujo vencedor foi Rui Fonseca Pinto, alumnus da licenciatura em Ensino de Matemática e do mestrado em Matemática Aplicada.

Ao longo do dia, decorreram também várias atuações musicais, além de ter sido lançada a publicação “50 Anos de Memórias”, comemorativa dos 50 anos do Instituto Universitário de Évora.

Durante a sua intervenção, a reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar, sublinhou que esta academia “orgulha-se de ser uma universidade reconhecida tanto a nível da sua formação, como da investigação, que tem vindo a trilhar um caminho consolidado de afirmação nacional e internacional”.

Recordou ainda que, “ao longo de 2024, um conjunto de ações contribuíram para que este percurso de afirmação fosse uma realidade, não obstante as dificuldades com que nos debatemos”, destacando que “este ano fica marcado pela submissão de uma proposta para a criação de um mestrado integrado em Medicina na UÉ”.

A reitora frisou que “todos sabemos as dificuldades que se colocam em torno desta oferta formativa”, ao mesmo tempo que focou que “corresponde a um anseio partilhado por muitos dos protagonistas de uma região”.

A par disso, realçou que “procura corresponder à necessidade de criação de uma formação de qualidade fora dos centros do litoral e contribuir para a fixação de recursos especializados, indispensáveis para o sucesso do novo Hospital Central do Alentejo”.

Relativamente a essa questão, em declarações aos jornalistas, o ministro da Educação, Ciência e Inovação mencionou que “sabemos que os serviços de saúde ganham sempre muito quando há essa relação entre a formação nas áreas das Ciências da Saúde e as instituições hospitalares”.

Nesse âmbito, Fernando Alexandre adiantou que “vamos ter aqui um hospital nos próximos anos de grande qualidade e é importante que haja depois a capacidade de formar recursos humanos em diferentes áreas das Ciências da Saúde para que não tenhamos apenas uma infraestrutura, mas tenhamos de facto serviços de saúde de qualidade em toda esta região”.

Além disso, já tinha evidenciado, durante o seu discurso, que “Évora não é interior e tem uma ótima localização”, incentivando que “a UÉ tem de crescer e tem de ser de facto o grande elemento transformador desta região”.

Questionado a esse respeito pelos jornalistas, o governante constatou que “as universidades e os politécnicos têm uma enorme responsabilidade porque são estas instituições que devem estar na linha da frente a pensar o futuro de Portugal”.

Acrescentou que, “no caso da UÉ, aquilo que se antecipa para os próximos anos nesta região é um conjunto de investimentos significativos”, exemplificando que “vamos ter o aeroporto na margem sul e a zona de Sines está a crescer muito”.

Nesse sentido, Fernando Alexandre comentou que, “dado o papel que a UÉ tem nesta região e que terá ainda de uma forma mais acentuada nos próximos anos, a UÉ tem de ser líder nessa transformação da região, seja através da qualificação das pessoas, seja através da produção de ciência e de conhecimento que vai contribuir para melhorar o desenvolvimento de toda a região”.

Perante este desafio deixado pelo ministro, a reitora da UÉ garantiu que “o que nós queremos, e é para isso que temos trabalhado, é que a UÉ seja cada vez mais um protagonista não apenas da região, mas obviamente nacional e internacional”.

Hermínia Vasconcelos Vilar afiançou que “quando apresentámos o nosso plano de ação para estes quatro anos, um dos conceitos que esteve na base foi liderança e é isso que nós queremos, liderar”, assegurando que “o desafio lançado pelo senhor ministro vem ao encontro daquilo que nós queremos, agora é caminhar em conjunto”.

Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal

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