Ao longo da história portuguesa, muitas foram as situações que a historiografia foi silenciando, dando origem a lacunas do saber, apenas colmatadas nas últimas décadas.
O conhecimento das populações de origem africana que se instalaram em Portugal, vindas no quadro do comércio de escravos português e reduzidas à escravatura, ou que aqui foram nascendo, a partir da segunda metade do século XV, ficou marcado pelo silêncio, já que, transformadas em mercadoria, não apresentavam qualquer interesse histórico.
É nos finais do século XIX que Leite de Vasconcelos regista a presença de populações no vale do Sado, conhecidas por «Pretos do Sado», cuja história começa apenas agora a ser estudada e conhecida.
Instaladas nessa região alentejana desde finais do século XV, esses homens e mulheres, que no século XIX formavam uma comunidade singular ligada à rizicultura, foram-se integrando afirmando uma identidade alentejana e portuguesa, que hoje exclui quaisquer marcas culturais significativas de um passado africano.
Este é o resumo da conferência SILÊNCIOS DA HISTORIOGRAFIA PORTUGUESA: Uma Comunidade Alentejana de origem Africana em Terras do Sado (séculos XV-XX), com a Historiadora Isabel Castro Henriques, marcada para o próximo dia 07 de novembro, às 21h00, no Núcleo Museológico da Rua do Sembrano, em Beja.
A entrada é livre.
Esta Conferência está integrada no ciclo CONFERÊNCIAS TERRA E PAISAGENS NO SUL DE BEJA, promovido pela EDIA em parceria com a CMBeja, com o apoio da CCDRAlentejo, ADPCRB e Universidade Sénior de Beja.
Fonte: Nota de Imprensa / EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A.