Quase 70 anos de história marcam o percurso da Adega Cooperativa de Redondo (ACR), que foi fundada em 1956 por 14 viticultores. Atualmente, conta com cerca de duas centenas de associados e é um principais empregadores do concelho de Redondo.

Em entrevista ao Diário do Sul, o presidente do Conselho de Administração da ACR contou um pouco do percurso que tem sido traçado por esta “casa”. José Manuel Martins, que está neste cargo há cerca de 6 meses, falou ainda das vindimas deste ano e das referências que têm sido produzidas.

“A ACR é uma entidade com quase 70 anos, que surgiu da vontade dos seus fundadores, um movimento corporativo que então se instalou”, referiu, acrescentando que “desde então tem vindo a crescer e a servir a população, bem como o nosso concelho de Redondo sempre em crescente e, de alguma maneira, de uma forma sempre dominante”.

Para José Manuel Martins, “os vinhos do Alentejo têm o seu terroir muito próprio, uma qualidade que se tem vindo a verificar ao longo dos anos e sempre crescendo”, considerando que “as adegas do nosso território representam muito bem o Alentejo, seja em Portugal ou no mundo inteiro”.

Quanto à ACR, sublinhou que “nós temos uma produção significativa e vendemos já para muitos países”, adiantando que “a nossa adega recolhe uvas de aproximadamente 200 sócios”.

O mesmo responsável salientou que “são viticultores com diferentes dimensões, alguns significativamente grandes, outros muito pequenos”.

Frisou ainda que “faz parte das cooperativas em geral fornecer toda a sua produção e ter a garantia de que a adega recolhe toda a produção do sócio”, garantindo que “o que procuramos fazer é cada vez mais ter produções uniformes e ter uma qualidade de referência”.

A esse nível, o presidente do Conselho de Administração da ACR adiantou que “é para isso que trabalhamos sempre e que vamos cartografando os lotes de vinha de cada associado”.

Deu ainda conta de que, “atualmente, as nossas produções rondarão 11 a 13 milhões de quilos de uvas por ano, é isso que reunimos dos nossos sócios”, assumindo que “somos uma das maiores cooperativas do Alentejo”.

Em relação às vindimas deste ano, José Manuel Martins revelou que “temos cerca de 11 milhões de quilos de uvas, resultante de um conjunto de vinhas aproximado ao ano anterior, apesar de haver sempre a entrada e saída de sócios”.

Admitiu também que “estou em crer que, este ano, a qualidade das nossas uvas está mais próxima da média que nós consideramos importante para as nossas garrafas e para fazer os nossos vinhos”.

O mesmo responsável destacou que “não temos uvas com baixo grau, não temos uvas espetaculares com graduações muito elevadas, mas temos uma graduação média que nos permite antever uma boa produção e uma quantidade de vinho bastante razoável”.

Na sua perspetiva, “talvez consigamos passar daquilo que habitualmente têm sido as sete, oito milhões de garrafas e estamos a trabalhar para conseguir ter esse vinho dentro da qualidade padrão que pretendemos”.

Segundo José Manuel Martins, “nós temos, essencialmente, vinhos tintos, brancos e rosés, sendo que a nossa maior produção é de tinto”.

Realçou que “o nosso vinho de entrada é o Real Lavrador, depois o Porta da Ravessa e como vinhos mais premium temos aqueles que designamos por AR”, apontando que “é muito pontual fazermos vinhos licorosos”.

O presidente do Conselho de Administração recordou também que “o Porta da Ravessa é a nossa referência que projetou a ACR de uma dimensão regional para uma dimensão nacional e até internacional”.

Durante a conversa mencionou ainda “o papel social e o peso que a ACR tem no concelho”, lembrando que “é o principal empregador após a câmara municipal”.

O mesmo responsável disse que “temos quase 60 trabalhadores permanentes e se juntarmos a esses os 200 sócios, que são os donos da adega, então temos aqui um peso muito significativo no tecido empresarial e no aspeto social”.

No que diz respeito às vendas, comentou que “exportamos cerca de 20 por cento da produção”, afirmando que “estamos a crescer nos mercados externos e atualmente o mais importante desses mercados é o Brasil”.

José Manuel Martins afiançou ainda que “o objetivo da administração atual é criarmos condições para que os nossos vinhos sejam valorizados”, esclarecendo que “durante algum tempo tivemos necessidade de vender muito vinho, agora temos procurado valorizar o nosso vinho”.

Assegurou também que “procuramos criar vinhos com referências que possam ser mais valorizadas e que nos possam permitir um valor acrescentado maior”, constatando que “o nosso grande objetivo não é apenas vender quantidade, mas ter uma qualidade reconhecida”.

Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS / ACR

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