Os presidentes de junta e uniões de freguesia do concelho de Évora uniram esforços e exigem “ação” à câmara municipal para melhorar a recolha de resíduos volumosos, vulgarmente designados por “monos”, através de medidas concretas e urgentes.

Em conferência de imprensa realizada na passada quinta-feira, foi apresentada uma posição conjunta sobre o estado atual da limpeza e da recolha de “monos” no concelho. Essa recomendação foi subscrita por todos os presidentes de junta e uniões de freguesia, 12 no total, sendo eleitos por várias forças políticas (sete pelo PS, dois pela CDU, outros dois por movimentos independentes e um pelo PSD).

A sessão contou com a presença de sete desses autarcas, nomeadamente Ananias Quintano (Malagueira e Horta das Figueiras), Bernarda Cota (Canaviais), David Lopes (S. Bento do Mato), Francisco Brito (Évora – Centro Histórico), Luís Pardal (Bacelo e Senhora da Saúde), Luís Ramalho (S. Miguel de Machede) e Redolfo Pereira (S. Sebastião da Giesteira e N. Sra. da Boa Fé).

Começaram por expressar que “a problemática da proliferação de depósitos ilegais de ‘monos’ no espaço público deixa-nos extremamente preocupados e afeta diretamente a qualidade de vida de todos os habitantes do nosso concelho”.

Acrescentaram ainda que “foi com um sentimento de surpresa que as juntas e uniões de freguesia do concelho tomaram conhecimento do recente comunicado da Câmara de Évora sobre a ‘Atualização e Reforço do Programa de Limpeza e Higiene Publicas’”.

Para estes autarcas, “é surpreendente que a câmara só agora tenha decidido despertar para um problema que as juntas e uniões de freguesia têm vindo a alertar há tanto tempo”.

Lamentaram ainda que, “durante anos, temos feito esforços constantes para chamar a atenção para a degradação dos serviços de limpeza e para o aumento dos depósitos ilegais de ‘monos’ no espaço público, enviando comunicações e apresentando propostas concretas, mas as nossas preocupações na maioria das vezes foram ignoradas”.

Na sua perspetiva, “o aumento dos depósitos ilegais e a degradação do serviço de recolha de lixo e de resíduos volumosos põem em causa a saúde pública e a imagem do concelho e especialmente da cidade que em 2027 será Capital Europeia da Cultura”.

Os presidentes de junta e uniões de freguesia garantiram ainda que, “nos últimos meses, temos recebido numerosas queixas da população sobre a crescente acumulação de ‘monos’ nas ruas e em espaços públicos”, considerando que “estes resíduos não apenas prejudicam a estética do nosso território, mas também constituem um risco à saúde pública e ao meio ambiente”.

Asseguraram ainda que “os presidentes de junta e uniões de freguesia demonstraram sempre disponibilidade, quer individualmente, quer em conjunto, para articular, cooperar e trabalhar com o município na resolução deste problema e de muitos outros que têm surgido ao longo do presente mandato”.

Quiseram ainda deixar claro que “esta tomada de posição não é contra ninguém, nem é uma tomada de posição política, é sim uma tomada de posição de todos os presidentes de junta e uniões de freguesia, em defesa dos nossos fregueses, do nosso território e do bem-estar de todos, face a um problema que se tem vindo a agravar e que atualmente está descontrolado”, apelando ao município que “tome medidas imediatas e eficazes que tenham resultados práticos”.

Nesse sentido, assumiram que “estamos aqui para exigir ação, pelo que decidimos em conjunto apresentar uma Recomendação à Câmara Municipal de Évora”, realçando que “mais do que intenções, queremos e propomos soluções”.

Uma dessas recomendações é “implementar uma recolha urgente de ‘monos’ em cada freguesia do concelho até ao final do mês de outubro”.

A par disso, as freguesias de Évora recomendam “reforçar os serviços de recolha de ‘monos’, melhorando a frequência e abrangência geográfica desse serviço, para que todos os bairros e freguesias sejam atendidos de forma mais célere e eficiente”.

Outro dos pontos refere-se a “promover campanhas de sensibilização sobre as boas práticas de deposição de ‘monos’ e outros resíduos, informando os munícipes sobre os procedimentos a tomar para a recolha gratuita de ‘monos’ e a localização de pontos de entrega voluntária”.

Neste documento, outra medida proposta passa por “reforçar a fiscalização para combater o abandono indevido de ‘monos’ nas vias públicas, impondo coimas adequadas para quem não cumprir as normas em vigor, de forma a dissuadir comportamentos irresponsáveis”.

Por fim, estes autarcas deixam a recomendação de ser “implementado um calendário adequado de recolha para todas as freguesias e articular com as juntas e uniões de freguesia a possibilidade de recolhas extraordinárias”, propondo ainda que “seja comunicado mensalmente às juntas e uniões de freguesia o número de recolhas efetuadas em cada uma delas e quais os locais abrangidos”.

Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal

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