Foram três as unidades de investigação da Universidade de Évora que se associaram ao “Programa Ciência Viva – Ocupação Ciência de Jovens nas Férias 2024” oferecendo aos participantes a oportunidade de experimentar o dia-a-dia da investigação científica e da inovação em contexto real.
Trata-se de um programa de estágios de verão, promovido pelo Centro Ciência Viva, destinado a estudantes do 9º ano do ensino básico e do ensino secundário e profissional que têm assim a oportunidade de melhorar os seus conhecimentos científicos e de desenvolver uma cultura científica e tecnológica adequada à complexidade da vida na sociedade moderna através de estágios gratuitos nas mais prestigiadas instituições científicas nacionais.
Foi o caso dos sete participantes que integraram as atividades desenvolvidas pelo Comprehensive Health Research Centre da Universidade de Évora no âmbito da “Farm Week: à descoberta do curso de Ciência e Tecnologia Animal”, na qual o Departamento de Zootecnia da UÉ abriu as portas e deu a conhecer os animais e as instalações da Universidade de Évora na Herdade da Mitra. No Complexo de Anátomo-fisiologia foram desenvolvidas as atividades: “Que segredos são guardados por baixo da pele e músculos?”, “Conheces os ossos que compõem o esqueleto dos animais?”, “Tens ideia que informações mais te podem dar os ossos?” e “Já pensaste como será a anatomia do aparelho digestivo dos omnívoros, carnívoros e herbívoros?”. No Laboratório de Nutrição e Metabolismo, os alunos tiveram a oportunidade de analisar a composição de alimentos para animais e acompanhar o percurso de uma amostra de forragem desde a colheita até à obtenção dos resultados analíticos para a composição química. No Laboratório de Tecnologia, passaram “Um dia à volta do Queijo”, e aprenderam que o queijo é o primeiro produto lácteo mais produzido e mais consumido em todo Mundo. Numa atividade de campo com os ovinos e bovinos, contactaram com estes animais e alimentaram-nos.
Também o Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) da UÉ promoveu diversas atividades neste âmbito, uma delas intitulada de “Os materiais de carbono no tratamento da água: o caso do biochar/solução circular”, na qual o estagiário Tiago contactou com materiais de carbono à escala laboratorial e também em unidades locais externas, onde verificou, à escala real, a importância dos mesmos no tratamento de água para consumo humano e de águas residuais. Foi dado especial enfoque aos materiais do tipo -biochar- que contribuem, de forma significativa, para encontrar soluções para a implementação de uma verdadeira economia circular. O estagiário transmitiu como aspetos mais positivos do estágio, o trabalho laboratorial, o apoio dos investigadores, as atividades lúdicas (conhecer a cidade e a região do local de estágio), e a compreensão da importância e do trabalho feito em investigação científica e tecnológica.
Foi ainda através do MED que os participantes provenientes de diferentes regiões de Portugal, tiveram a oportunidade de integrar as atividades “Como obter uma planta geneticamente modificada?” e “O papel dos genes e proteínas na resposta das plantas aos stresses ambientais” que decorreram no Laboratório de Biologia Molecular e no Laboratório de Biotecnologia e Melhoramento de Plantas do MED – Uévora, sob responsabilidade das investigadoras Hélia Cardoso e Lénia Rodrigues e que envolveram uma equipa de vários docentes, investigadores e estudantes de doutoramento e mestrado da UÉ. Durante uma semana, os alunos experienciaram diferentes métodos e técnicas laboratoriais aplicadas à área do melhoramento e biotecnologia de plantas, sendo exemplos a multiplicação in vitro de espécies vegetais, o processamento de amostras e extração de ácidos nucleicos e proteínas, o isolamento de genes e sua posterior utilização na transformação genética mediada por Agrobacterium tumefaciens e a análise do perfil proteico por eletroforese unidimensional.
O Laboratório HERCULES da Universidade de Évora recebeu quatro alunos do Ensino Secundário, criando-lhes uma oportunidade de imersão científica. António, vindo de Lisboa, Diana, de Leiria, Gil, das Caldas da Rainha, e Miguel, de Fronteira, participaram na ação Ciência Viva no Laboratório “Holy Bodies | As Relíquias Vistas pelos Cientistas”. Durante o período de estágio, os alunos trabalharam com equipamentos de ponta, participaram em visitas de estudo e combinaram olhares de várias áreas do conhecimento numa abordagem interdisciplinar. E quem melhor do que eles próprios para avaliar a experiência, “só vim agradecer mais uma vez por esta oportunidade única. Acho que falo por todos quando digo que foi uma experiência incrível. Agradecer também a hospitalidade e o carinho com que nos receberam e nos aturaram,” nas palavras de Gil.
Desta forma, a Universidade de Évora, através de três das suas unidades de investigação, contribuiu para aproximar a população jovem da Ciência e da realidade da investigação científica.
Fonte: Universidade de Évora
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