Contribuir para o desenvolvimento de um Ecossistema de Inovação Aberta para a Região EUROACE (Alentejo, Centro e Extremadura) é o principal objetivo do projeto DRIVEN – Open Innovation Driven Economy.
No total, são sete parceiros que estão envolvidos nesta iniciativa, representantes das regiões portuguesas e espanhola abrangidas. De realçar ainda que este é um projeto cofinanciado pela União Europeia, através do Programa Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027.
A coordenação do DRIVEN está a cargo do FUNDECYT – Parque Científico e Tecnológico da Extremadura, sendo a ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo e o PACT – Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia os dois parceiros da região alentejana. O projeto conta ainda com o envolvimento da IPN Incubadora, TAGUSVALLEY (ambos do Centro), Cámara de Badajoz e Cámara de Cáceres (ambos da Extremadura – Espanha).
No dia 26 de junho, decorreu em Évora, no PACT, uma sessão de divulgação do DRIVEN. Este foi um evento transfronteiriço de promoção da cultura de inovação aberta, que reuniu líderes de inovação, empresas, empreendedores, academia e representantes de diversas organizações.
Em declarações às jornalistas, Ángel Huertas, gestor de projetos na FUNDECYT, explicou que “apresentámos o DRIVEN aqui em Évora para as empresas que estão interessadas em inovação aberta”, adiantando que “este projeto teve início a 1 de outubro de 2023 e decorre até 30 de junho de 2026”.
Acrescentou que “demos a conhecer o que é a inovação aberta, as suas metodologias e de que forma as empresas privadas podem beneficiar desta inovação aberta”, reiterando que “pretendemos encontrar soluções para os desafios que se identifiquem nas empresas”.
Ángel Huertas focou ainda que “uma última fase do projeto visa a incubação e aceleração de empresas de base tecnológica que se identificarão quando se procuram essas soluções para os desafios das empresas”.
Por sua vez, Alexandra Correia, coordenadora do Departamento de Desenvolvimento e Cooperação da ADRAL, deu a conhecer um pouco mais o projeto nesta região. “A ADRAL é um parceiro deste projeto que atua no Alentejo todo, em conjunto com o PACT”, referiu, frisando que “trabalhamos de uma forma muito próxima e vamos desenvolver um conjunto de atividades neste território”.
Especificou que “a nossa ideia é realizar as atividades que temos previsto sermos nós a fazer aqui, mas também trazer e levar pessoas daqui às atividades que ocorrem nos outros territórios que fazem parte do projeto”.
Para Alexandra Correia, “a temática da inovação aberta é extremamente pertinente para as empresas, investigadores e um conjunto de organizações que atuam aqui na região”, constatando que “podem desenvolver-se, criar ligações e terem acesso a um conjunto de ferramentas e de ações de capacitação que lhes permitam desenvolver esta forma de estar num contexto de inovação aberta”.
Segundo a mesma responsável, “o que nós pretendemos mesmo é criar no Alentejo um ecossistema mais aberto em termos de inovação e fazê-lo de uma forma muito próxima com o PACT”.
Alexandra Correia também apresentou uma situação prática do trabalho que vai ser desenvolvido. “Identificar desafios em termos de mudança tecnológica que as empresas ou organizações tenham, por exemplo, para serem mais tecnológicas na forma de divulgar ou desenvolver um determinado produto”, apontou, esclarecendo que “fazemos este diagnóstico e depois vamos ver na região outras entidades que podem ajudar aquela a desenvolver esse aspeto e pô-las em contacto”.
Reforçou que a ideia “é criar um sistema de forma aberta que nós consigamos perceber quais são os desafios que existem, quais são as entidades que podem ajudar nesses desafios e pôr tudo em contacto”.
A sessão em Évora contou com a participação de Hugo de Sousa, especialista em Inovação Corporativa. Em conversa com a comunicação social, deu conta de que “inovação aberta é basicamente as empresas perceberem que, neste momento, o mundo evolui a um ritmo tão rápido e a complexidade é tanta que se nós não colaborarmos com outras empresas nós não vamos conseguir acompanhar o passo que hoje em dia o mundo tem em termos de evolução tecnológica”.
Na sua opinião, a par disso, “também não vamos conseguir resolver os problemas que temos dentro das empresas, que são cada vez mais complexos, nem os problemas do mercado”, defendendo a importância de “colaborar com a inteligência que está fora da minha organização para conseguir continuar relevante enquanto empresa, enquanto região, enquanto sociedade, enquanto país”.
Na perspetiva de Hugo de Sousa, “alguns gestores, alguns líderes ainda pensam que conseguem fazer tudo sozinhos, daí a necessidade de promover esta cultura, que é, sobretudo, uma questão de mentalidade de colaboração”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS