O Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida inaugura, no dia 22 de junho, às 15h00, a exposição coletiva e multidisciplinar “A liberdade e só a liberdade”, com curadoria de Ana Matos, que reúne obras de artistas nascidos na década de 1970.

«Só temos o passado à nossa disposição. É com ele que imaginamos o futuro.» No ano em que se celebram 50 anos de Democracia em Portugal, a curadora Ana Matos inspirou-se nesta citação de Eduardo Lourenço e abraçou o desafio de desenvolver uma exposição consagrada à(s) liberdade(s), capaz de refletir sobre a sua atualidade, importância e complexidade no momento presente, mas também de a(s) projetar no futuro.

Através da mostra do trabalho de dezena e meia de artistas portugueses – a grande maioria nascida na década de 1970, e cujos percursos artísticos assentam num compromisso com a Humanidade, com o Homem como ser pensante e interventivo, comprometido com a natureza, a política ou o património – nasceu a exposição A liberdade e só a liberdade, patente no Centro de Arte e Cultura até ao dia 10 de novembro de 2024.

Os trabalhos expostos – que percorrem várias disciplinas artísticas, como a fotografia, o desenho ou o vídeo – abordam diferentes aspetos da liberdade e da condição humana.

Augusto Brázio, por exemplo, usa nas suas fotografias a luz como símbolo da verdade, enquanto Cláudio Garrudo tenta, nas suas imagens, capturar a essência da natureza e a busca existencial. Outros artistas, como Mafalda Santos e Marco Franco, apresentam composições que combinam materiais e ideias de maneira inovadora, refletindo sobre a passagem do tempo e a transformação das memórias.

A exposição aborda também momentos históricos relevantes, como a entrada da Troika em Portugal e a Guerra Colonial, através de obras que evocam a memória coletiva e a necessidade de mudança. É o caso de Inês d’Orey e Martinho Costa que capturam a incerteza e a revolta de uma geração jovem frente a crises sociais e políticas. Através de obras como The old system is broken e Modalidade de Estado, os artistas expressam o descontentamento com o status quo e a necessidade de transformação. A exposição também inclui peças que refletem sobre a pandemia da Covid-19 e o seu impacto na sociedade, como A bula do medo, de Mafalda Santos.

Já o trabalho de Paulo Mendes recupera memórias do Estado Novo e a figura de Salazar, destacando a importância de não apagar o passado coletivo.

Desta forma, a exposição A liberdade e só a liberdade não apenas rememora o passado, mas também propõe um futuro onde a liberdade seja constantemente praticada e defendida, ressaltando a importância da luta contínua por direitos e por justiça.

Fonte: Nota de Imprensa / Fundação Eugénio de Almeida

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