“A saúde oral é parte integrante da saúde geral dos indivíduos”. Foi com esta premissa que foi conduzido o primeiro programa de 2024 feito em parceria entre a Unidade de Saúde Pública (USP) do Alentejo Central e a Rádio Telefonia do Alentejo.
A sessão contou com a participação de Sílvia Caeiro, higienista oral, que recordou que “doenças orais como a cárie dentária e as doenças que afetam a gengiva devem ser evitadas porque podem agravar outras doenças já existentes”.
A par disso, destacou que “ter uma boa saúde oral contribui para uma correta mastigação e também para uma correta articulação da linguagem”, reiterando ainda que “a parte estética também é bastante importante, não só na autoestima do individuo, mas também como um fator relevante na aceitação social e profissional”.
A mesma técnica frisou que “as doenças orais podem causar dor, o que leva as pessoas a terem que faltar ao trabalho ou à escola, bem como a recorrer aos serviços de saúde ou ao médico dentista”.
Além disso, realçou que “a gravidade das doenças orais pode levar à toma desnecessária de antibióticos, que seria evitada caso tivessem sido detetadas e tratadas atempadamente”.
Desta forma, Sílvia Caeiro sublinhou que “a prevenção é o meio mais acessível e menos dispendioso para prevenir o aparecimento das doenças orais”, adiantando que “realizar uma correta higiene oral deve ser um hábito incutido desde o nascimento do primeiro dente da criança”.
As recomendações a nível da higiene oral são já sobejamente conhecidas, mas foram mais uma vez focadas no programa.
“Escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia, no mínimo, durante dois minutos; utilizar uma escova com os pelos de dureza macia, que deve ser trocada de três em três meses; utilizar um dentífrico que tenha entre 1000 e 1500 ppm (partes por milhão) de flúor; utilizar o fio dentário uma vez por dia, antes da escovagem, para higienizarmos os espaços interdentários; ou olhar com regularidade para dentro da cavidade oral e se notarmos alguma alteração consultar o médico de família” foram alguns dos alertas deixados.
A higienista oral explicou ainda os principais pontos da utilização dos cheques-dentista. A esse nível, referiu que “o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO) dá acesso a cuidados de saúde oral gratuitos a alguns grupos populacionais, nomeadamente mulheres grávidas em vigilância no SNS; pessoas idosas beneficiárias do Complemento Solidário e que sejam beneficiários do SNS; crianças com idade inferior a 7 anos; crianças de 7, 10 e 13 anos; crianças com idades intermédias às referidas anteriormente; jovens com 16 anos, que tenham utilizado o documento aos 13 anos; jovens com 18 anos, que tenham utilizado o cheque-dentista aos 16 anos; utentes portadores de VIH/SIDA; Intervenção Precoce no Cancro Oral”.
Deu ainda conta de que, “consoante os grupos e as situações, os cheques-dentista podem ser solicitados na unidade de saúde a que o indivíduo pertence ou obtidos através dos rastreios dentários feitos nas escolas”.
De acordo com Sílvia Caeiro, “é muito importante que utilizem o cheque-dentista ou a referenciação para o higienista oral que receberem aos 7, 10 e 13 anos, pois se não utilizarem estes documentos não vão ter direito a um cheque-dentista nas idades intermédias a estas, caso necessitem”.
Evidenciou também que, “além do PNPSO, existem médicos dentistas colocados em alguns centros de saúde do Alentejo Central (atualmente em Montemor-o-Novo, Portel e Estremoz), sendo este encaminhamento efetuado pelo médico de Medicina Geral e Familiar do utente”.
A higienista oral acrescentou que, “posteriormente, o utente pode agendar consulta para um dos médicos dentistas que estão colocados nos centros de saúde da Unidade Local de Saúde Alentejo Central”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS