Mais de 190 atividades estão previstas para o Teatro Garcia de Resende (TGR), em Évora, ao longo do próximo ano. Este foi um dos números divulgados na sessão de lançamento da programação de 2024 do TGR, realizada no dia 14 de dezembro.
Espetáculos de teatro, música, dança, circo, performance, marionetas ou debates são algumas das propostas em destaque, anunciou o Centro Dramático de Évora (Cendrev), a companhia residente do TGR.

Durante o evento, José Russo, diretor do Cendrev, recordou que “esta programação só é possível porque há um compromisso do Ministério da Cultura, por um lado, e da Câmara de Évora, por outro, que representa um financiamento de 400 mil euros no total”.
Especificou que “são os 200 mil euros do Ministério da Cultura (através da Direção-Geral das Artes) e mais os 200 mil euros da Câmara de Évora que tornam possível organizarmos este conjunto de programação”.
Durante a sessão, José Russo focou que “o TGR é um espaço com uma enorme dignidade em termos nacionais e internacionais, com uma grande qualidade em termos artísticos, e que merece poder apresentar regularmente uma programação”.
De realçar que a programação é apresentada em formato de agenda, salientando o mesmo responsável que esse instrumento “acaba por não estar completo porque há alguns espetáculos que vão surgindo depois”.
Não obstante, já podem ser consultados os muitos eventos que vão “povoar” o TGR em 2024, havendo iniciativas para diferentes públicos e “todos os gostos”.
A título de exemplo, estão previstos mais de 20 espetáculos de teatro diferentes e outros tantos na área da música. Na dança são mais cinco, para além daqueles que integram o FIDANC.
Mas há também mais de uma dezena de sessões dos “Sons no Salão” e igual número de iniciativas no âmbito do projeto “Ver e Aprender”, dedicado aos mais novos.

Da vasta programação divulgada, José Russo evidenciou que, “no ano da celebração dos 50 anos do 25 de Abril, há um conjunto de propostas e de espetáculos que vão versar essa temática, ao longo de todo o ano e em várias disciplinas”.
Lembrou também que “todos os anos há um conjunto de estruturas locais muito diverso que vem ao TGR”, apontando que, “no ano que passou, cerca de 30 por cento da programação foi feita a partir da vinda de outras estruturas ao TGR que não o Cendrev e, em 2024, vai acontecer um outro conjunto de espetáculos de estruturas locais”.
O diretor do Cendrev deu ainda nota “da programação infantojuvenil”, reiterando que “esta é uma preocupação que temos desde sempre no âmbito da formação de públicos e à qual vamos dar continuidade”
Mencionou também que “outros aspetos que privilegiamos na programação são projetos artísticos do espaço lusófono e do espaço ibérico”.
Relativamente ao trabalho do Cendrev, o mesmo responsável constatou que “o facto de haver um ‘inquilino’ no TGR tem sido importante na preservação do edifício e da sua abertura e garante também um painel muito importante de trabalho teatral dentro do edifício”.
Relembrou que, “normalmente, estreamos duas, três, quatro novas produções por ano e a companhia também mantém sempre em reportório espetáculos que vêm de anos anteriores”, exemplificando com “a reposição de Pó e Batom, possivelmente em fevereiro”.
De acordo com José Russo, “este é um ano em que, especialmente, vamos ter uma taxa de realização de espetáculos do Cendrev maior”.
Destaca-se, entre 15 e 26 de janeiro, a “Embarcação do Inferno”, de Gil Vicente, uma co-produção Cendrev e A Escola da Noite, dirigida, sobretudo, ao público escolar.
Também a pensar nos mais jovens, está previsto, de 14 a 24 de março,o espetáculo “Teatro às Três Pancadas”, de António Torrado.
Segundo José Russo, “este é um ano em que também vamos realizar um espetáculo fora do TGR, em princípio no Largo Chão das Covas, previsto para entre 4 e 27 de julho”, anunciando que se trata de “A Sapateira Prodigiosa”, de Federico García Lorca.
“Florbela, Florbela!”, de Filomena Oliveira e Miguel Real (de 10 de outubro a 3 de novembro); o Encontro de Teatro Ibérico (3 a 8 de novembro); os “Autos da Revolução”, inspirado na obra de António Lobo Antunes (novembro); ou os Bonecos de Santo Aleixo (16 a 21 de dezembro) são mais algumas propostas já divulgadas.

Ao longo de 2024, há também peças de outras companhias. “Mulheres de Shakespeare, do Ensemble – Sociedade de Actores (2 e 3 de fevereiro) ou “A Cidade e as Serras, Não é Eça”, uma cocriação Teatro do Montemuro e Palmilha Dentada (6 de junho) são dois exemplos.
Na música, também há diversidade. Destaque para o concerto de Vitorino, a 16 de fevereiro, ou para o espetáculo “Estrada Branca” (José Afonso e Vinicius de Moraes, com José Pedro Gil, Mônica Salmaso, Emanuel de Andrade, Teco Cardoso, Nelson Aires e Carlos Tê), agendado para 10 de abril.
No site do Cendrev, bem como nas redes sociais, é possível ir acompanhando toda a programação.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS