“Saudade ou Et l’or de leur corps”. Esta é a exposição de pintura de Abel Júpiter que está patente na Biblioteca Pública de Évora (BPE), numa parceria entre o Cendrev – Centro Dramático de Évora e a Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) do Politécnico de Lisboa.
Inaugurada no dia 3 de novembro, esta exposição é organizada pela ESTC e pode ser vista até ao dia 3 do próximo mês, encontrando-se no espaço do átrio e da escadaria principal da BPE. De acordo com o Cendrev, “esta exposição esteve patente até junho na ESTC”.

A mesma fonte adiantou que “Abel Júpiter nasceu em Timor e vive em Portugal desde 1998, ano em que começou a trabalhar na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa do Politécnico de Lisboa”.
Acrescentou que “formou-se em Ciência Política e Relações Internacionais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, exercendo funções, desde 2005, na ESTC”.
Em declarações ao Diário do Sul, o artista confessou que “trouxe até aqui um pouco do meu Timor”, lembrando que “já estou em Portugal há mais de 20 anos e estes os quadros têm tudo a ver com a saudade que tenho do meu país”.

Abel Júpiter contou ainda que “já regressei algumas vezes a Timor, mas, infelizmente, não tenho ido lá com muita frequência, o que aumenta a saudade”, reforçando que “esta exposição é uma maneira de estar ligado à minha terra”.
Confidenciou também que “desde criança que gostava de pintar, mas em Timor não há as mesmas facilidades”, referindo que “vivi lá durante a ocupação indonésia e, infelizmente, não tive muitas oportunidades para desenvolver esta área”.
Não obstante, o autor recordou que “tive lá um professor de Desenho que me incentivou a gostar de pintura”.
A responsável pela Biblioteca da ESTC, Luísa Marques, adiantou que “temos uma escola de artistas e temos a possibilidade de expor os trabalhos que eles fazem e depois fazer circular essas exposições por outros locais, mas também apostamos em levar outros trabalhos à escola para que eles possam ver um pouco daquilo que se faz”.

Destacou que “há dois anos que temos uma parceria com o Cendrev, o ano passado já tínhamos tido outra exposição aqui em Évora, mas também temos atualmente uma exposição do Cendrev na nossa Escola”.
Também José Russo, diretor do Cendrev, evidenciou esta parceria, revelando que “estamos inclusive a conversar sobre outras hipóteses de colaboração entre o Cendrev e a ESTC, nomeadamente, no interesse em haver alunos que possam vir fazer estágio aqui no Cendrev”.
Reiterou ainda que “não são coisas especificamente na área do teatro, mas são da área artística”, considerando que, “sobretudo, criam aproximações que depois podem promover outro tipo de colaborações, o para nós é muito importante, até porque vem aí a Capital Europeia da Cultural e temos de nos ir preparando”.

Por sua vez, Zélia Parreira, diretora da BPE, explicou que “o Cendrev contactou-nos no sentido de colaborarmos nesta parceria que eles já tinham com a ESTC, a qual nós acolhemos de muito bom grado, pois pareceu-nos uma excelente oportunidade”.
Sublinhou ainda que “já tínhamos a sala de exposições ocupada, pelo que encontrámos esta alternativa, que na minha opinião até é dos espaços mais privilegiados aqui na BPE, pois é um espaço de circulação e tem uma luminosidade incrível”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS