Em 2023, a Fundação Eugénio de Almeida (FEA) celebra 60 anos da sua instituição e muitas são as iniciativas realizadas para assinalar esta data.
Foi nesse âmbito que, na passada quinta-feira, o Centro de Inovação Social organizou a conferência “O Futuro das Organizações da Economia Social nos Territórios de Baixa Densidade”.
A iniciativa contou com a participação “de personalidades de reconhecido mérito científico”, salientou a FEA, referindo-se a João César das Neves, Rogério Roque Amaro e Cátia Sá Guerreiro. Destacar ainda que o debate foi moderado por Saudade Baltazar, docente na Universidade de Évora.

A mesma fonte realçou que “a importância da economia social, designação pela qual são conhecidas as iniciativas implementadas por organizações sem fins lucrativos que atuam sobre as lacunas deixadas pelos setores público e privado, tem sido um dos pilares da missão da FEA desde a sua criação”.
Relativamente a esta conferência é sublinhando que o objetivo foi “examinar, debater e refletir sobre o papel do terceiro setor nos territórios de baixa densidade demográfica, num momento tão decisivo e desafiante como o atual”.
A FEA exemplificou ainda alguns dos temas “em cima da mesa”, como “a sustentabilidade financeira, desafios demográficos, envelhecimento, despovoamento territorial e transformações sociais”.

À margem da conferência, Maria do Céu Ramos, administradora executiva da FEA, disse ao Diário do Sul que “este encontro teve a ver, por um lado, com a rotina de trabalho da FEA e com as atividades que desenvolve, mas inscreve-se também num plano de celebração dos 60 anos da instituição, ao convidar as personalidades que mais marcaram a produção de conhecimento e o pensamento sobre economia social no nosso país”.
Frisou que “a FEA é um exemplo paradigmático de uma instituição de economia social, ou seja, uma entidade que gera riqueza económica e que a redistribui à comunidade sob a forma de valor social e cultural”.
Para Maria do Céu Ramos, “este lugar identitário da FEA no panorama da economia social faz dela uma entidade particularmente responsável pela continuidade da reflexão, do pensamento e da inovação neste setor”.
Recordou ainda que “a FEA tem um trabalho muito consistente na formação de quadros das instituições sociais da região”, reiterando que, “não só é consistente, mas também reconhecido e valorizado pelos nossos parceiros”.
Além disso, a mesma responsável focou que, “através da sua participação no Centro Português de Fundações, a que a FEA preside, estamos também na Confederação Portuguesa da Economia Social”.

A administradora executiva da FEA afirmou que “a economia social é a nossa ‘casa’, é o lugar de encontro das instituições que, sem deixarem de produzir riqueza material, se preocupam sobretudo com o desenvolvimento humano e com o desenvolvimento das comunidades e dos territórios”.
Evidenciou também que “o Alentejo é um território de baixa densidade e até intuitivamente todos sabemos o que isso quer dizer: muita terra, pouca gente”, considerando que “isso traz dificuldades acrescidas para a sustentabilidade, para a persistência dos projetos e para a gestão quotidiana”.
Maria do Céu Ramos constatou ainda que “esta reunião, ao ouvir peritos de tão elevada envergadura e pensadores fundadores neste campo, trouxe-nos pistas e talvez também um espaço de renovado compromisso”.
Pode ver a reportagem vídeo no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=Bof6GGgBz5w&t=2s
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS