A entrega de prémios do concurso “Água e Alentejo”, promovido pela AgdA – Águas Públicas do Alentejo, decorreu na passada sexta-feira, em Beja, durante a iniciativa “Patrimónios do Sul”.
Esta foi a primeira edição do concurso, aberto a nível nacional e realizado entre fevereiro e junho deste ano, que desafiou “os artistas na reflexão sobre a importância da água, celebrando a rica tradição artesanal e realçando a região do Alentejo”, é explicado em nota de imprensa.
Neste projeto, a AgdA contou com a parceria da Direção Regional de Cultura do Alentejo, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, da Turismo do Alentejo e da AMGAP – Associação de Municípios para a Gestão da Água Pública no Alentejo.

Segundo os promotores, “o Alentejo dispõe de um importante património de artesanato de raiz tradicional, muito do qual tem ligação à água a partir de materiais originários do território”, destacando que o objetivo do concurso foi “promover o desenvolvimento do território, sensibilizar para o valor da água e incentivar a produção de artesanato, nas suas vertentes tradicional, mas também contemporânea”.
A mesma fonte reforçou que “procurou-se peças artesanais de valor artístico e ou utilitário, que evidenciassem valor cultural e social, de raiz tradicional ou contemporânea, relacionando a água e o território do Alentejo”, adiantando que “o concurso apelou à inovação, valorização de resíduos, criatividade e autenticidade, mantendo-se fiel a processos tradicionais”.
A AgdA salientou que, “no total, recebemos 36 obras que refletiram várias interpretações criativas ao desafio proposto e que incorporam elementos naturais, como a cerâmica, a madeira e o tecido, muitas vezes reciclados ou reaproveitados”, evidenciando “a importância da sustentabilidade na criação artesanal”.
Numa primeira fase, foram selecionados dez trabalhos. Na passada sexta-feira, foram então conhecidos os lugares em que cada um deles ficou.
De referir que o primeiro prémio foi para Rita Morais, com “A Maria vai à fonte”; em segundo lugar, ficou Célia Macedo, com “(Re)púcaro de Montemor”; enquanto a terceira posição foi alcançada por Inês Carvalho, com “Água que cai e sustenta”.



Em declarações ao Grupo Diário do Sul, Simone Pio, presidente do Conselho de Administração da AgdA, revelou que “o principal motivo para o lançamento deste concurso foi tentar associar a tradição histórica do artesanato na região do Alentejo a um recurso que é fundamental, que é a água”.
Especificou que, “tendo em conta a área de trabalho da AgdA, juntamente com os restantes parceiros, entendemos que era muito interessante valorizar a água através dos materiais, da criatividade e da interpretação daqueles que vivem e que conhecem o viver e o usar a água no território do Alentejo”.

A mesma responsável frisou que “entendemos que era também uma maneira de melhorar a nossa comunicação e a forma como nós no território devemos desempenhar o nosso papel e a responsabilidade social e ambiental com as populações”, considerando que “nada melhor do que obter e verificar qual a interpretação que o valor da água representa com criatividade”.
Disse ainda que “quisemos relacionar temas tão relevantes, como o património e os materiais naturais de uma região com a água, e de alguma maneira fazê-lo de uma forma sustentável”.
De acordo com Simone Pio, “tendo em conta a forma como a água é valorizada e desde sempre utilizada neste território, o desafio era interpretar isso nos dias de hoje, nomeadamente num contexto de escassez”.
Na sua opinião, “é crucial que haja esta noção, esta responsabilização e este conhecimento das comunidades e que valorizem a água, porque é um bem muito escasso e neste território muito mais”.
Ainda relativamente ao concurso, a presidente do Conselho de Administração da AgdA frisou que “as obras que não foram selecionadas constam do catálogo realizado a este propósito e vão ser divulgadas no nosso site”, garantindo que “queremos ser também um motor que contribua para o conhecimento e para a promoção dessa arte, procurando divulgar o valor da água neste território e como podemos tratá-la de uma forma sustentável”.
Pode ver a reportagem vídeo no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=Lo6_gWPejn0&t=2s
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS