A recuperação do Cineteatro Florbela Espanca, em Vila Viçosa, significa um investimento acrescido de cerca de 940 mil euros, resultante do incêndio ocorrido no dia 31 de julho.
O fogo aconteceu durante as obras de requalificação deste equipamento, que estavam a ser realizadas com recurso a financiamento de fundos comunitários. Na altura deste acidente, o presidente da Câmara de Vila Viçosa, Inácio Esperança, citado pela agência Lusa, referiu que “o incêndio destruiu a estrutura da cobertura, o teto falso e o sistema de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado)”.
Segundo a mesma fonte, “este cineteatro foi inaugurado a 29 de julho de 1957, mas estava fechado há mais de 10 anos, sendo considerado pela autarquia como um ‘espaço de grande importância’ para Vila Viçosa”.
A este respeito, em declarações ao Diário do Sul (DS), Inácio Esperança frisou que “este é de facto o centro cultural do concelho e sem ele ficamos com dificuldade em realizar muitas atividades que são necessárias”.
Explicou ainda que, “para além do espaço para cinema e teatro, temos também a galeria de exposições e pequenas salas para outro tipo de espetáculo e conferências”.
Relativamente ao ponto em que está a recuperação do cineteatro, o autarca adiantou também ao DS que “já reunimos com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo e já houve uma reunião de trabalho com a ministra da Coesão Territorial”, frisando que “estamos a tentar encontrar financiamento”.
Esclareceu que “primeiro temos de saber o que os seguros nos podem aportar, para depois vermos onde é que podemos ir buscar o restante financiamento”, focando que “terão de ser fundos próprios, do Alentejo 2020 e terá de ser também encaminhado para o 2030, porque é impossível acabar até 31 de dezembro deste ano”.
Inácio Esperança reforçou que “como a obra não vai ser concluída agora tem de se fasear para o Alentejo 2030 e depois ver nesse enquadramento qual é a possibilidade de financiamento e qual é a verba que falta”.
Lembrou ainda que “o cineteatro ia ser inaugurado em dezembro, mas com toda esta situação já não será possível”.
Quanto a valores, o edil disse que “o que estava contratualizado para as duas fases de requalificação do cineteatro eram 1,9 milhões de euros, mas agora estamos a falar de mais cerca de 940 mil euros, para fazer face ao que ficou destruído com o incêndio”.
Revelou também que “as obras estão paradas e ainda está a decorrer a peritagem dos seguros”, evidenciando “ainda não temos nenhum relatório, nem da Polícia Judiciária, nem por parte das companhias de seguros”.
Segundo o presidente do Município de Vila Viçosa, “a cobertura foi totalmente destruída e estamos a analisar com o empreiteiro a remoção dos escombros, que é por aqui que se vai começar”, afirmando que o objetivo é depois “colocar a cobertura o mais depressa possível”.
A par disso, o autarca destacou que “a população tem tido uma grande solidariedade para com o executivo e há um sentimento de muita tristeza pelo sucedido, mas também está sempre a encorajar e a dar força para que algo se faça”.
Constatou que “as pessoas estão disponíveis e sugerem que se façam peditórios, espetáculos ou outras atividades para reerguemos o cineteatro e este também poderá ser um caminho”, reiterando que, “embora com isso não se consiga resolver todo o problema, é uma ajuda e toda a ajuda é bem-vinda”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: Câmara Municipal de Vila Viçosa