No terceiro dia do EALive Évora, foi a banda Resistência que subiu ao palco, apresentando os grandes êxitos que marcam os 30 anos deste projeto de música portuguesa.

“Nasce selvagem”, “Marcha dos desalinhados”, “Não sou o único”, “A gente vai continuar”, “Não voltarei a ser fiel” ou “Timor” foram alguns dos temas cantados pelo grupo, sempre acompanhado pelo público.

Na Quinta de Valbom, a música nacional voltou assim a aliar-se à degustação de vinhos EA, da Adega Cartuxa, tendo, mais uma vez, lotação esgotada.

Antes da atuação principal da passada sexta-feira, Martim Seabra foi o artista emergente que deu a conhecer o seu trabalho no Palco Esperança. Já no final, o DJ Wilson Honrado, da Rádio Comercial, tomou conta da EALive Party.

No final do concerto da Resistência, Olavo Bilac, Miguel Ângelo e Fernando Cunha estiveram à conversa com os jornalistas e falaram desta formação de música portuguesa, que teve início em 1991.

“A Resistência apareceu nos finais de 91 e o primeiro disco surgiu por acaso, ninguém combinou fazer um supergrupo e estivemos quase sem nome”, recordaram, acrescentando que “estivemos juntos até 1994, mas depois cada um continuou com os seus projetos e não havia tempo”.

Os músicos explicaram também que “depois houve um convite para fazermos dois grandes espetáculos no fim de 2012, que foram um êxito, e todos os anos vão pedindo para fazermos mais uns concertos”, assumindo que “há grandes surpresas para 2024”.

Em relação ao EALive, destacaram que “a comunhão com o público foi super”, considerando que “é importante conciliar aqui marcas, como esta que é uma marca nacional de bom vinho e a Resistência, que defende a língua portuguesa e a nossa música”.

Realçaram ainda que “a Resistência começou por ser uma forma de tornar as nossas letras mais percetíveis sem os arranjos elétricos e com uns arranjos acústicos para que as pessoas percebessem exatamente o que diziam as músicas dos Xutos e Pontapés, Delfins, Heróis do Mar ou Trovante, por exemplo”.

O grupo especificou também que “começámos por pegar nas músicas de que nós éramos autores e dávamos-lhes arranjos diferentes com cinco ou seis guitarras de estilos distintos, mostrando não só o arranjo de guitarras, como cinco vozes, de forma a que palavra cantada fosse aquilo que liderasse cada música”, admitindo que “isso foi o grande sucesso da Resistência”.

Sublinharam também que, “depois, estendemos essa fórmula a outros autores da música portuguesa”, assumindo que “a Resistência deixou de ser um grupo que gravava as nossas próprias canções com outras roupagens, passou a ser um estandarte da música portuguesa e é isso que continuamos a fazer”.

De salientar, que além dos músicos já referidos, atualmente, a Resistência é ainda constituída por Alexandre Frazão, Fernando Júdice, José Salgueiro, Mário Delgado, Pedro Jóia e Tim.

Texto: Marina Pardal
Fotos: Vítor Godinho

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