A 1.ª Marcha de Orgulho LGBTQIA+ de Évora contou com a participação de duas a três centenas de pessoas, que, na sexta-feira ao final da tarde, se juntaram em defesa do direito ao amor e à liberdade.

Esta foi uma das ações integradas no Évora Pride’23, que decorreu entre os dias 13 e 18 deste mês na cidade alentejana e que contemplou diferentes iniciativas, nomeadamente exposições, conversas temáticas, atividades para os mais novos ou espetáculos.

O evento foi organizado pela Comissão Évora Pride, Sociedade Harmonia Eborense, Núcleo Feminista de Évora e Associação Évora Queer, com a coorganização da Câmara de Évora e ainda o apoio de diversos parceiros.

Segundo os promotores, “atualmente, a comunidade LGBTQIA+ continua a ser perseguida, sendo criminalizada em 70 países e a condenação a pena de morte ainda é aplicada em seis países”, lembrando que “as terapias de conversão ainda proliferam por todo o mundo”.

Recordaram também que “a nossa comunidade continua a ser apelidada de perversa, doente e desviante apenas porque escolhemos amar e procurar o nosso espaço no mundo e na sociedade”.

Nesse sentido, a organização declarou que “nesta primeira edição procurámos celebrar o facto de há 33 anos a homossexualidade ter saído da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde”.

Relativamente à 1.ª Marcha de Orgulho LGBTQIA+ de Évora, os participantes, de diferentes idades, fizeram um percurso entre a Praça do Giraldo e o Jardim Público, local onde se puderam ouvir alguns testemunhos. Seguidamente, a marcha voltou à “sala de visitas” da cidade, terminando sem incidentes.

Em declarações aos jornalistas, Ana Amado, da Comissão Organizadora do Évora Pride, admitiu que “o balanço foi muito positivo e mostra que esta marcha era necessária, por todas as pessoas que se juntaram a nós”, considerando que “todos os manifestos que foram lidos no microfone aberto foram mensagens de esperança, mas também de como é possível amar livremente”.

Sublinhou ainda que “é com a maior das felicidades que posso dizer que correu bem e que foi a primeira de muitas”.

Quanto aos objetivos da organização com o Évora Pride, Ana Amado destacou que “pretendeu-se mostrar que há diversidade na cidade e na região e ocupar espaços que por norma não são ocupados, com a ressalva da Sociedade Harmonia Eborense que é a nossa casa”.

Acrescentou que “quisemos assinalar a primeira edição com uma série de atividades e marcar pela diferença, pois temos muito mais para além das marchas, somos todos plurais”.

A mesma jovem sublinhou que “foi muito importante o apoio por parte de pessoas que não fazem parte da comunidade LGBTQIA+, quer as que se juntaram à marcha, quer as que trabalharam antes”, mostrando-se “muito feliz, pois o nosso lema foi ‘Ninguém larga a mão de ninguém’ e isso ficou premente no dia de hoje”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS

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