No Dia Mundial do Sono, que se celebrou no dia 17 de março, conhecem-se os resultados de um estudo sobre Hábitos de Atividade Física e Desportiva e Hábitos de Sono, desenvolvido por investigadores da Universidade de Évora (UÉ), que teve como população-alvo todas as crianças que frequentam o 1º ciclo nas escolas públicas e privadas do concelho de Évora.

Este estudo surge do crescente reconhecimento da importância dos hábitos e perturbações do sono nas crianças, na medida em que estes têm um forte impacto na sua capacidade de aprendizagem, no seu comportamento e humor, bem como na qualidade de vida das famílias. 

Este grupo de investigação liderado por investigadores afetos ao Departamento de Matemática e ao Centro de Investigação em Matemática e Aplicações da UÉ e que contou com a participação de uma pediatra especialista em sono e com uma equipa multidisciplinar composta por representantes da Câmara Municipal de Évora, do Hospital do Espírito Santo de Évora, da Saúde Comunitária e de Agrupamentos de Escolas do Concelho de Évora, monitorizou a evolução dos hábitos de sono e de atividade física e desportiva de cada criança num período de 4 anos (2018-2022). Foram validados para análise final 2447 questionários, correspondendo a uma taxa de resposta de 67%.

Este estudo mostrou que quase metade (44%) das crianças do 1º ciclo no Concelho de Évora apresentam sinais de perturbações do sono, observando-se que apenas 10% dos pais possuíam essa consciência. Constatou-se, ainda, que mais de um quarto das crianças (28%) dorme menos do que o tempo recomendado (9,5h por noite). O sono insuficiente foi associado a hábitos como o de ir dormir tarde, ter dificuldade em adormecer sozinho e ficar a ver televisão e outros ecrãs antes de dormir. Por outro lado, verificou-se que as crianças que praticavam atividade física durante pelo menos 60 minutos todos os dias têm melhor qualidade de sono.

Os resultados deste estudo permitiram dar base científica à conceção de linhas de intervenção e campanhas de sensibilização, por um lado, junto de Encarregados de Educação e professores para mitigar e prevenir problemas de sono nas crianças e para aumentar a prevalência de atividade física nas crianças deste grupo etário, e, por outro lado, junto de pediatras e médicos de família, para o diagnóstico precoce e prevenção, com maior investimento em ações de Educação para a Saúde. 

Os dados obtidos através deste estudo permitiram concluir que se trata de um problema de saúde pública, sendo imperativo atuar ao nível da prevenção, alertando encarregados de educação e professores para a importância desta temática. As principais causas de perturbações do sono na infância estão relacionadas com o stress, cansaço, falta de regras na hora de dormir, privação de sono, problemas respiratórios, temperamento difícil da criança e problemas emocionais.

Fonte: Nota de Imprensa / Universidade de Évora

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