O Instituto de Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora (UÉ) salienta que desde 15 de março de 2022, a Península Ibérica, assim como a Europa Central estão a ser afetadas pelo transporte de poeiras do deserto oriundas do Norte de África, como consequência da circulação induzida pela depressão Célia.

Este é um fenómeno relativamente frequente nesta altura do ano está a ser monitorizado no Laboratório de Deteção Remota (EaRSLab), coordenado por Maria João Costa, professora da UÉ, e no Instituto de Ciências da Terra, na Universidade de Évora, coordenado por Rui Salgado, da mesma Universidade.

No sul de Portugal a pluma de poeiras do deserto é transportada em altitude com um topo a cerca de 4km, estendendo-se gradualmente até à superfície, sendo as concentrações observadas muito acima dos limites considerados seguros. O índice de qualidade do ar classifica-se desde ontem como mau, o nível de poluição mais gravoso. As medições efetuadas no Instituto de Ciências da Terra indicam que se atingiu ontem em Évora um máximo de 784 mg/màs 19:37 e um valor médio nas últimas 24 h de 424 mg/m3 (a legislação define um limite diário de PM10 de 50 mg/m3).

Durante o dia 17 de março, espera-se que o padrão sinóptico que que está a causar este transporte de aerossóis do deserto se mantenha ainda. A presença do centro de baixas pressões sobre a Argélia continuará a favorecer a advecção de massas de ar de origem africana sobre grande parte da Península Ibérica. Prevê-se que persistam concentrações elevadas de poeiras especialmente durante a manhã, com tendência a reduzir-se ao longo do dia.

Fonte: Nota de Imprensa / Universidade de Évora

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