O apelo é assinado pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo. António Ceia da Silva diz ser chegada a hora do Alentejo e da vizinha Extremadura espanhola terem “um diálogo mais forte, mais intenso e mais determinado”, apontando mesmo a estratégias comuns em vários setores de atividade. No turismo, por exemplo.

Ceia da Silva falava durante a sua passagem pela 31a edição da Fehispor, Feira de Espanha e Portugal, que decorreu nas instalações da Feira de Badajoz (IFEBA), manifestando o seu interesse em estreitar relações entre a CCDR Alentejo e o governo regional da Extremadura.

“Agora que há, de facto, a eleição do presidente da CCDR e, portanto, há outra legitimidade, outra autonomia e outra força política, faz todo o sentido que se possam estabelecer até cimeiras entre as duas regiões”, sublinhou Ceia da Silva, apontando à possibilidade de serem encontradas agendas temáticas para serem discutidas em conjunto.

Alertou o representante alentejano que numa altura em que o mundo vive problemas complexos ao nível das questões energéticas, climáticas ou na transição para a inovação, “há um conjunto de matérias que são agendas comuns às duas partes”, sublinhou, considerando ser prioritário que o Alentejo e a Extremadura se tornem “regiões mais fortes com uma força conjunta”, disse, recordando que aos dias de hoje são as duas regiões mais desfavorecida de ambos os países.

António Ceia da Silva acredita que o potencial da eurorregião iria ter impacto junto dos governos de Lisboa e Madrid, à boleia de uma coesão que poderia abrir espaço a uma “agenda estratégica comum”, com ambições de complementaridade dada às parecenças que caracterizam Alentejo e Extremadura, por exemplo, no caso concreto do setor turístico.

“Podemos ir juntos aos mercados mais longínquos, como China ou Estados Unidos”, mas também podemos aproveitar as áreas dos produtos endógenos e agro-alimentares. Precisamos de ter uma cooperação transfronteiriça com menos papéis e mais ação”, resumiu.

As declarações de Ceia da Silva ao Diário do Sul proferidas na Fehispor mereceram aplausos de vários representantes, como foi o caso do autarca de Campo Maior e atual presidente da Eurocidade Elvas, Campo Maior e Badajoz, Luís Rosinha, para quem a proximidade com Espanha é hoje fundamental rumo ao crescimento do Alentejo, abrindo novas oportunidades de negócio. Também o presidente da Câmara de Elvas, José Rondão de Almeida destacou a importância de celebrar as relações entre ambas as regiões.

Nesta edição, a Fehispor apresentou como maior novidade o Congresso Ibérico de Turismo, inserido na Turibéria ambicionando contribuir para o crescimento económico, apoiando os setores chave como o turismo.

De resto, é este um dos caminhos traçados pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo, como assumiu o presidente daquele organismo, Vítor Silva. “Espanha é o nosso primeiro mercado internacional, representando cerca 20% do mercado externo. É um bom valor, mas não é um valor excessivo. Ou seja, não estamos excessivamente dependentes deste mercado”, destacou o dirigente, sublinhando que Espanha “é um mercado importantíssimo e que o eixo que vai de Badajoz até Madrid é fundamental para captarmos turistas”.

A ERT esteve na Fehispor a exibir a campanha “Alentejo é luz”, que vai prolongar-se pelos próximos anos nos mercados internacionais. “Já tivemos uma empresa internacional que veio ver esta luz e que provavelmente vai lançar uma marca de binóculos com o nome Alentejo e estamos a fazer o mesmo com outas empresas, para que coloquem a marca nos seus produtos”, revelou Vítor Silva.

Apesar de não ter representação no certame, o autarca de Estremoz, José Daniel Sádio, marcou presença, para garantir que no próximo ano o seu concelho não vai faltar no pavilhão da Ifeba. Explicou que quer mostrar “Estremoz ao mundo” assumindo que Espanha é “um nicho de oportunidade tremendo” para a localização geográfica em que Estremoz se insere. “É preciso retirar partido disto no setor turístico”, assumiu.

Autor: Redação DS / Roberto Dores

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