Nos dias 16 e 17 de maio comemora-se o Dia Nacional da Imprensa. Na atualidade, toda a variedade da imprensa permite ao ser humano conhecer o mundo sem sair de casa. Ele depende, cada vez mais, da imprensa para obter informações sobre a sociedade, particularmente, na qual está inserido. No entanto, em situações como o recente “apagão da eletricidade”, vivemos a limitação no acesso à informação. Felizmente, algumas rádios, que funcionam muitas vezes com baterias ou geradores, mantiveram-se ativas e foram fundamentais para manter muitos informados. Mas, neste meu artigo, vou abordar o papel vital que a imprensa regional tem nos territórios. É verdade que ela tanto promove como despromove. Influencia atitudes e pensamentos. Aliás, a teoria das “Balas Mágicas” foi uma das mais evidentes manifestações do poder que a imprensa demonstra ter na sociedade. Ela informa e forma. Num tempo marcado, cada vez mais, pela globalização da informação e pelo domínio dos grandes grupos mediáticos, a imprensa regional é uma “luz” de proximidade, pluralismo e cidadania. Ela dá voz aos problemas das comunidades, conta a história do seu quotidiano, valoriza os lugares e tradições, promove as iniciativas culturais e sociais, etc. É, na maior parte das vezes, a única voz que dá eco a algumas realidades que não interessam às audiências de massas, mas que são essenciais para os cidadãos que nelas vivem. A imprensa regional é os “olhos” e os “ouvidos” das comunidades locais. Ela tem uma identidade própria que reflete a “alma” das regiões onde atua. Num mundo marcado pela globalização, a imprensa regional cumpre um papel essencial: proteger a diversidade cultural, manter vivos os sotaques, as tradições e as singularidades locais. Apoiar a imprensa regional é valorizar as comunidades e assegurar que ninguém fica sem voz. Afinal, a verdadeira informação começa onde estamos, ou seja, no nosso território.
Artigo de Opinião
Noémi Marujo – Professora Associada da Universidade de Évora
