O desempenho económico chinês revelou, durante o mês de maio, sinais de solidez e dinamismo, sustentado por um aumento do consumo interno, avanços industriais em setores estratégicos e crescimento contínuo do comércio externo.

“O mercado consumidor da China, pela sua escala e desempenho, demonstra um crescente poder de compra, o que representa uma oportunidade significativa para empresas como a Panasonic”, afirmou Tetsuro Homma, vice-presidente e diretor regional para a China e o Nordeste Asiático da multinacional japonesa, após a divulgação dos dados da atividade económica chinesa referentes ao mês de maio.

Segundo as estatísticas oficiais, as vendas a retalho de bens de consumo superaram os 4,13 biliões de yuans, traduzindo um crescimento homólogo de 6,4%. A produção industrial, no segmento de empresas de maior dimensão, registou um aumento anual de 5,8%. As trocas comerciais globais ultrapassaram os 3,8 biliões de yuans, com destaque para as exportações, que cresceram 6,3%, atingindo mais de 2,27 biliões de yuans.

Entre os principais indicadores, destaca-se a operação estável da economia chinesa no período de janeiro a maio. O índice de produção do setor dos serviços aumentou 5,9% e as vendas a retalho subiram 5%, ambos com aceleração face ao primeiro trimestre. A taxa de desemprego urbano situou-se nos 5% em maio, ligeiramente abaixo do valor registado em abril.

A inovação tecnológica continua a ser um pilar central do desempenho económico. Em maio, a produção de veículos elétricos e de células solares registou subidas significativas, de 31,7% e 27,8%, respetivamente. Setores como a manufatura avançada, a economia digital e as novas energias estão a impulsionar a transformação e modernização industrial do país.

O comércio externo chinês também evidenciou resiliência. Apesar da quebra no comércio com os Estados Unidos, as trocas com a ASEAN e os países da Iniciativa Cinturão e Rota continuaram a crescer. Nos primeiros cinco meses do ano, os produtos eletromecânicos de alta tecnologia tornaram-se um dos principais motores de crescimento das exportações, com um aumento de 9,3%. As importações de circuitos integrados e bens eletromecânicos cresceram 7,3% e 6%, respetivamente.

Para Wang Xiaosong, professor da Universidade Renmin da China, a recente ronda de consultas económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos resultou em progressos significativos, o que poderá contribuir para uma melhoria das relações bilaterais e favorecer a estabilidade económica global.

O académico sublinhou ainda a robustez estrutural da economia chinesa, com um vasto mercado interno e elevado potencial de crescimento. Em caso de retração da procura externa, os produtos inicialmente destinados à exportação poderão ser redirecionados para o consumo interno.

O reforço da capacidade tecnológica e científica está a acelerar a modernização industrial da China, promovendo ganhos de competitividade e eficiência. Desde setembro de 2024, o governo chinês implementou um conjunto de políticas macroeconómicas para impulsionar o crescimento, estimular a procura interna e dinamizar a produção.

Num contexto económico global marcado por incertezas, o desempenho da China constitui um fator estabilizador de relevo. Segundo Tetsuro Homma, a Panasonic, presente há 38 anos no mercado chinês, mantém plena confiança no seu potencial. Desde 2020, a empresa investiu na construção de 19 novas unidades no país.

Publicidade: Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China.

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