A melhor forma de dar início e estes posts de Atenas 1985 a Évora 2027 é falar deste crescente movimento das Capitais da Cultura em todo o mundo.

OPINIÃO por João PalmeiroPromotor e Divulgador Cultural

Melina Mercouri talks to the press ahead of the launch of the first European Capital of Culture in Athens, 1985.
Foto – créditos União Europeia

Um ano riquíssimo, 2025, com 39 cidades (vilas e aldeias também) a ostentarem títulos para várias atividades relacionadas com a Humanidade e o Ambiente. Algumas estão repetindo um ano de título com um organizador diferente (Sucre – Bolívia e Samarcanda – Uzbequistão, que tiveram títulos no ano passado). Outras foram ganhadoras de títulos em série (especialmente com Capitais do Desporto e da Juventude).

Este ano, 2025, vemos três inovações com duas cidades com candidatura e programa conjuntos.

A Bolívia celebra o seu bicentenário, pelo que a primeira capital bolívar, Sucre, e a atual La Paz, acolherão a Capital Ibero-Americana da Cultura.

Em África, cidades vizinhas, as capitais mais próximas do mundo, separadas por um rio e pela história mas de países diferentes, (Congo) Kinshasa e Brazzaville, realizarão conjuntamente a Capital Africana da Cultura.

A terceira dupla detentora do título é uma das Capitais Europeias da Cultura: Nova Gorica, na Eslovénia, juntamente com Gorizia, em Itália. “Nova” é a pista: uma nova cidade construída após a divisão da cidade no final da Segunda Guerra Mundial. O muro (uma vedação) caiu em 2007 e, desde 2011, a área é administrada por um conselho transfronteiriço. O tema do ECOC (Capital Europeia da Cultura) é, GO! Uma Capital Europeia da Cultura sem fronteiras. E esta mesmo a Começar!

Ainda na Europa, Chemnitz, no Estado da Saxónia da Alemanha, perto de Dresden e da fronteira com a Chéquia, partilha com as GO! o título de CEC.

Os 40 anos das ECOCE assinalam-se em Atenas, onde Melina Mercuri (então Ministra da Cultura) lançou o projeto das Capitais Europeias da Cultura. Serão reuniões e celebrações, com muitas propostas sobre o que fazer no futuro, a partir de 2033 com a ideia de CEC quando o atual programa (2020/2033) terminar.

Em 2014, a Itália, no processo de escolha da sua candidatura para 2019, a cidade de Mattera (Basilicata), que acabaria por ser escolhida, foi pioneira no conceito de que os candidatos não selecionados ao título da CEC poderiam ter os seus esforços recompensados com um título nacional. A subsequente Capital Italiana da Cultura tornou o título de C.italianaC mais disputado, com mais de 20 cidades concorrendo a cada ano. Em 2025, Agrigento, na Sicília, detém o título sob o lema: Deixe-se abraçar pela cultura.

O programa da Cidade da Cultura do Reino Unido é diferente por se realizar de quatro em quatro anos. Bradford no West Yorkshire, recebe a edição de 2025

Cesis na Letónia, que perdeu para Liepaja (cidade irmã de Évora) a representação letã para 2027, celebrara em 2025 como Capital da Cultura da Letónia com o programa com que se apresentou a concurso para CEC. Uma abordagem semelhante tem lugar em Valdichiana, uma candidata derrotada à Capital Italiana da Cultura; está a promover o seu programa sob a designação de Capital da Cultura da Toscana.

A Lituânia também se baseou numa CEC para criar uma Capital Nacional da Cultura. Druskininkai é a detentora do título de 2025.

Duas cidades em Portugal, a menos de uma hora de distância de viagem, têm títulos este ano. Braga é a detentora do título de capital nacional da cultura, atribuído aos candidatos pré-selecionados para a CEC 2027 e Viana do Castelo é a Capital da Cultura do Eixo Atlântico, sucedendo a Lugo em 2022, e é um projeto que junta as regiões Norte de Portugal e a Galiza.

A União para o Mediterrâneo lança um novo conceito, Capital Mediterrânica da Cultura e do Diálogo. Tirana (Albania) e Alexandria (Egito) são as cotitulares em 2025.

Narva é a Capital Finno-Úgrica da Cultura nome também do rio que separa a Estónia da Russia.

Zrenjanin leva o título sérvio. Abre em março com o tema “Meandros da Cidade – Fluxos de Cultura”.

Uma “ECOC é para toda a vida” um slogan seguramente cada vez mais bem usado.

*Atenas foi a primeira Capital Europeia da Cultura, há 40 anos, em 1985.

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