Realizou-se este mês de Novembro, em Pequim, a reunião do Prémio Nacional de Ciência e Tecnologia 2020, um evento anual na comunidade científica chinesa. O júri distinguiu 264 projectos, 10 especialistas em ciência e tecnologia e uma organização internacional. Entre eles, o académico Gu Zhuanfen, de 91 anos de idade, mestre em design de aeronaves na Nova China, e o académico Wang Dazhong, de 86 anos de idade, um cientista de renome internacional em energia nuclear, tendo sido ambos galardoados com o mais alto prémio científico e tecnológico do Estado. Os prémios foram entregues, pessoalmente, pelo Presidente chinês Xi Jinping, a demonstrar a importância que o governo chinês atribui ao talento científico e tecnológico.

A China afirma que inovação é a força motriz número um do seu desenvolvimento. Entre as principais inovações científicas e tecnológicas dos últimos cinco anos, podem apontar-se, como exemplos, os voos espaciais tripulados, a exploração lunar, a exploração de mergulhos profundos e as comunicações quânticas. Destaque merecem também o FAST (Five hundred meter Aperture Spherical Radio Telescope), vulgarmente conhecido como “Olho do Céu”; e o sistema de navegação por satélite BeiDou (“Estrela Polar”), que foi criado para “servir o Mundo e beneficiar a Humanidade”.

Com os grandes avanços conseguidos no desenvolvimento e fabrico de equipamento de ponta, como supercomputadores e comunicações 5G, a China tornou-se uma força destacada no mapa da inovação global. O ranking do Índice Global de Inovação 2020 mostra que a China subiu rapidamente do 29º lugar, que ocupava 2015, para o 14º lugar actual.

O talento é a espinha dorsal do desenvolvimento. Actualmente, a China é o maior e mais abrangente país do mundo em matéria de recursos de talento: o número de investigadores e especialistas em ciência e tecnologia aumentou de cerca 55 milhões em 2010 para cerca de 78milhões em 2019. Há oito anos consecutivos que a China é o país do Mundo com maior número de pessoas dedicadas à Investigação e Desenvolvimento. Também a quantidade de registo de patentes internacionais em 2020 foi a maior do mundo, ascendendo a 687.020.

Em Outubro de 2021, a China apresentou como objectivo estratégico “acelerar a construção de centros de inovação mundial”, nomeadamente em Pequim, Xangai, na Grande Baía de Guangdong, Hong Kong e Macau. São plataformas para atrair e reunir talentos de alto nível em algumas cidades centrais, e apoiar laboratórios nacionais e instituições que se dedicam à inovação.

Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas da China, o índice de inovação em 2020 atingiu os 242,6 (utilizando, comparativamente, o valor de 100 em 2005), com um aumento de 6,4% em relação a 2019.

A ciência não conhece fronteiras. Segundo os responsáveis chineses, outra razão para o sucesso repetido na inovação científica e tecnológica é a sua adesão a uma perspectiva global e abertura ao mundo exterior. E apontam como exemplo os prémios de ciência e tecnologia agora atribuídos, sendo três dos primeiros prémios para especialistas estrangeiros, e havendo cinco dos projectos premiados que foram liderados ou tiveram a participação de peritos estrangeiros – o que representa um número recorde de prémios para projectos de cooperação científica e tecnológica internacional.

Foi também chamada a atenção para a atribuição do Prémio Nacional de Progresso em Ciência e Tecnologia da China 2020 para Equipas Inovadoras na Prevenção e Controlo de Doenças Respiratórias pela Equipa de Inovação de Zhong Nanshan. Esta equipa teve uma acção relevante na luta global contra as doenças respiratórias e salvou as vidas de muitos chineses, além de assumir um importante papel no combate à pandemia.

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